Agropecuária intensiva é tão sustentável quanto floresta nativa, aponta pesquisa

Pesquisa da Embrapa mostra que área com integração lavoura-pecuária-floresta fixa até 70 toneladas de carbono/hectare, mesma quantidade de uma mata nativa

Nesta segunda-feira, dia 15, o biólogo, mestre em biologia vegetal e doutor em agronomia Alex Marcel Melotto, diretor executivo da Fundação MS, concedeu entrevista ao apresentador Mauro Sérgio Ortega para falar sobre o tema central do evento realizando anualmente pela empresa, a Showtec, em Maracaju, no Mato Grosso do Sul. Em 2018, as discussões das palestras que formam a grade de programação estarão voltadas para carbono zero, em referência ao balanço positivo que a agropecuária intensiva propicia ao meio ambiente com o sequestro de carbono ao solo.

O doutor em agronomia destacou estudo da Embrapa Agrossilvipastoril realizado em 2017 que analisou o comportamento de diversos sistemas produtivos, como ILP e ILPF, para quantificar o sequestro de carbono da atmosfera e sua posterior fixação no solo, descobrindo que após o quarto ano agrícola uma área destinada à integração lavoura-pecuária-floresta fixa cerca de 70 toneladas de carbono por hectare no solo, similar ao desempenho de uma floresta nativa em equilíbrio.

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“A grande questão é que a floresta nativa, após atingir esse nível de mais ou menos 70 toneladas de carbono não tem adição de carbono no solo, ela estabiliza, ao passo que o sistema de integração todos os anos ele tem nova adição de carbono. É lógico que para este sistema de produção isso se converte em produtividade. Carbono é matéria orgânica que é mineralizada e favorece a produtividade. Então é um trabalho que o produtor faz naturalmente e a grande sacada do sistema de produção é justamente esse, o benefício ambiental que entra nessa conta e que muitas vezes não é creditado ao produtor rural”, declarou Melotto.

“O sistema que é extremamente sustentável do ponto de vista econômico. Você tem soja, milho, capim e uma quarta safra de raízes que é carbono puro e estocado no solo. Então o produtor que tem práticas conservacionistas mínimas de produção, que é o que a gente vê por aqui, pautada principalmente no plantio direto, consegue produzir bem e ajudar o meio ambiente muito mais do que outras ações que se fala por aí”, complementou.

O tema será pivô central das mais de 20 palestras que integram a programação da Showtec 2018 entre os dias 17 e 19 deste mês em Maracaju, no MS, conhecida como a capital nacional da integração. A entrada no evento é gratuita, mas quem estiver interessado em comparecer deve fazer cadastro pelo site www.portalshowtec.com.br.

Veja mais detalhes da entrevista pelo vídeo abaixo: