Cota Hilton pode ser pontapé para novas oportunidades na Europa

Após bater recorde de exportações, Brasil pleiteia acesso à Cota 481, protocolo livre de taxações, mas rigoroso em qualidade

Faltando apenas 700 toneladas para atingir seu limite na Cota Hilton, o Brasil já mira novos caminhos para exportar carne à União Europeia. Um deles é a Cota 481, que contempla um número maior de cortes de alto valor agregado e tem exigências relativamente mais simples para a pecuária nacional.

No fim de junho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento validou o protocolo de acesso elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) em parceria com a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) e com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em 2009, o Brasil havia feito uma proposta à União Europeia para entrar na Cota 481, mas ela não foi aceita.

Esse esforço da cadeia tem razão de ser: diferente da Cota Hilton, a Cota 481 prevê a exportação de animais terminados em confinamento desde que sejam abatidos até os 30 meses de idade. Nos últimos 100 dias da terminação, o gado 481 pode ser alimentado com dieta de alta densidade energética, com até 62% de grãos concentrados. Além disso, enquanto a Cota Hilton cobra 20% de imposto sobre a exportação, a Cota 481 não é tarifada.

As exigências da Cota 481 não devem trazer grandes problemas aos pecuaristas brasileiros. O gado do país é abatido, em média, aos 27 meses, e o percentual de grãos na ração dos animais confinados é de 60%.

Outro benefício da Cota 481 é que não existe um volume máximo de exportações permitidas. Ela contempla 48,2 milhões de toneladas, que podem ser acessadas por qualquer um dos países habilitados. EUA, Austrália e Uruguai são algumas nações que já exportam dentro da Cota 481.

O gerente de Exportação da JBS para a Europa, Rodrigo Sato, falou do sucesso do Brasil no mercado externo durante o primeiro semestre do ano e sobre as oportunidades que podem surgir. Confira, em duas partes:

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