Metade dos animais abatidos no Brasil apresenta lesão na carcaça

Veja dez dicas para melhorar o manejo pré-embarque e evitar problemas com hematomas e contusões nos animais enviados para abate

O Giro do Boi exibiu nesta quinta, 26, entrevista com a pesquisadora Ivanna Moraes de Oliveira, graduada, mestre e doutora em zootecnia, que atua pela Apta, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo.

Em conversa com o apresentador Marco Ribeiro, Ivanna comentou a dimensão e a gravidade dos problemas com lesões de carcaça, que podem ser resolvidos com ajustes de manejo racional. “Existe um dado de que pelo menos 50% dos animais abatidos no Brasil hoje têm a carcaça com pelo menos um hematoma e esse hematoma pesa em torno de meio quilo em média. […] Se o produtor enviar para abate mil animais, ele vai perder de dois a três animais de 21@ por causa de lesão de carcaça”, quantificou.

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A pesquisadora acrescentou que o problema não se encontra somente no manejo pré-abate, sendo que 40% da fonte das lesões encontram-se nos demais manejos antes de preparar o lote para o embarque. “É importante lembar que 40% desse tipo de lesão na carcaça acontece nos demais manejos dentro da fazenda, então todo o manejo deve acontecer de forma racional, não só o pré-abate”, recomendou.

Além de adotar o manejo racional na fazenda como um todo, Ivanna sugeriu ao pecuarista algumas dicas para melhorar o pré-abate. Veja abaixo:

– Planejar o embarque com antecedência, tendo em mãos documentos necessários;
– Evitar colocar brinco nos animais no momento do embarque;
– Assegurar o acesso adequado dos caminhões aos currais, planejando-se com horário de chegada e saída dos veículos;
– Evitar estender o tempo do embarque para não estressar os animais;
– Evitar superlotação do curral;
– Estar em dia com as manutenções necessárias nas instalações, de modo a evitar porteiras quebradas e tábuas soltas, por exemplo;
– Manter o curral limpo, sem fezes, evitando escorregões e quedas;
– Promover treinamentos para funcionários;
– Contratar consultorias quando necessário;
– Visitar as instalações da indústria frigorífica para verificar o desembarque, as instalações que receberão os animais e eventualmente acompanhar o abate. “Isso é importante para o pecuarista conhecer a carcaça que ele está produzindo, não só do ponto de vista de quantidade de gordura, de peso, mas também do tipo de hematoma, de contusão que a carcaça está apresentado”, reforçou;

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Confira a entrevista completa com Ivanna pelo vídeo abaixo: