Perda de peso pós desmame é dinheiro que vai embora, afirma professor da Unesp

Professor Ricardo Reis, da FCAV-Unesp, afirma que animais Nelore podem ganhar até 1,1 kg ao dia a pasto na recria e chegar à engorda com 400 kg se o pecuarista der sequência aos investimentos feitos durante a cria

Nesta segunda, 16, o Giro do Boi levou ao ar entrevista com o mestre e doutor em zootecnia Ricardo Reis, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, Campus de Jaboticabal. Ele tratou de problemas identificados na recria de animais no Brasil, “um assunto fundamental para o sucesso da pecuária de corte”, classificou o professor.

“Os ganhos adicionais obtidos em uma boa cria podem ser perdidos nessa transição entre a desmama no período seco até o início do período de águas, quando há um incremento do ganho novamente em função do pasto de qualidade. Essa perda de ganho de peso nesse intervalo compromete a sequência de tudo o que foi investido na cria com genética, nutrição da vaca… Então todo esse aspecto tem que ter uma continuidade, o animal não pode ganhar peso e depois ser submetido a um plano nutricional inferior e perder peso. Isso é dinheiro que está indo embora”, resumiu Reis.

Ainda de acordo com o professor, caso o pecuarista dê sequência dos investimentos feitos na cria, é possível fazer com que animais Nelore de boa qualidade genética ganhem até 1,1 kg por dia na recria, chegando às portas da fase de engorda com 400 kg. “Há um resultado extremamente positivo desta suplementação na fase pós-desmama e, na sequência, em pasto de qualidade. Nós temos estudo que mostra ganho de peso de animais a pasto de 800 g a até 1,1 kg, variando em função da qualidade do pasto e do nível de suplemento que nós fornecemos. Animais Nelore de boa qualidade genética podem chegar ao final da recria com 380 a 400 kg, então há um benefício por todas as fases”, apresentou o professor.

Confira a entrevista completa assistindo ao vídeo abaixo: