Produtores familiares recebem consultoria gratuita em programa que fomenta produção de combustível sustentável

Programa Selo Combustível Social capacita pecuaristas em temas como gestão, comercialização e melhoramento genético e garante matéria-prima para biodiesel

Pequenos pecuaristas da região de São Miguel do Guaporé, no estado de Rondônia, estão recebendo consultoria técnica gratuita para melhoria de pastagens, gestão da propriedade, manejo de rebanho e melhoramento genético. Eles integram o Programa Selo Combustível Social, desenvolvido pela JBS para fomentar a produção de matéria-prima para biodiesel feito a partir do sebo bovino.

Entre 2018 e 2019, ao menos 18 mil cabeças serão adquiridas dos produtores que integram a iniciativa. A meta é chegar à compra de até a 50 mil cabeças dentro do projeto a partir da inclusão de novos pequenos pecuaristas e gerando até R$ 90 milhões de receita para os produtores locais.

Dentro do programa, os pecuaristas têm a oportunidade de melhorar a qualidade do gado, e consequentemente da da carne produzida, agregando valor aos animais comercializados com a indústria. Já o sebo bovino, coproduto do processamento da carne, serve de matéria-prima para a produção de biodiesel.

Para a obtenção do Selo Social, a empresa que se propõe a produzir o biodiesel pode fazer a compra do gado depois de pelo menos seis meses de assistência técnica. Os pecuaristas familiares são orientados por profissionais especializados sobre temas como planejamento financeiro, opções de venda preestabelecidas, bonificação extra por qualidade do gado comercializado, além de ter a venda de 100% do rebanho garantida por contrato.

“Para quem não conhece história do biodiesel, no começo o único tipo de produtor familiar habilitado para o programa (Selo Social) era o agricultor, não podia entrar a pecuária. Aí foi feito um trabalho de explicação e esclarecimento em Brasília para que fosse incluído o pecuarista familiar, porque independente de ele produzir gado ou produto agrícola, ele tem uma estrutura familiar de produção. Isso foi aceito há dois anos, a gente procurou estruturar o programa em 2017 e está dando muito certo”, contextualizou o diretor de Relacionamento com o Pecuarista da JBS, Fábio Dias, durante entrevista nesta manhã de sexta, 19, ao Giro do Boi. “No projeto, eles ganham com aumento de produtividade e da qualidade do gado, o que gera maior valor agregado e abre as portas com compradores exigentes que pagam mais pela carne de qualidade”, acrescentou.

Nesta primeira etapa do programa em São Miguel do Guaporé, três profissionais dedicados à assistência já estão disponíveis para prestar consultoria aos produtores interessados. São um médico veterinário e dois engenheiros agrônomos trabalhando em mais de 110 propriedades que já integram a iniciativa. “A gente tem que cuidar destes produtores porque apesar de o volume de gado não ser grande, é um volume grande de produtores e a gente tem que trazê-los para o uso de tecnologia para que eles façam um bom produto”, disse Fábio Dias.

O pecuarista Gilvan Salvador, do Sítio dos Pioneiros, de Nova Brasilândia do Oeste-RO, já abateu 36 cabeças dentro do programa e animou-se com a oportunidade de fazer o melhoramento genético do rebanho a partir da assistência oferecida. “É importante porque estamos sendo beneficiados por isso. Hoje eu não corro atrás de material para IATF porque o profissional que dá assistência busca preço, qualidade, promoções e até condições de pagamento. Só tenho a agradecer a oportunidade que a indústria vem nos dando. […] A gente tem as nossas dificuldades e essa ajuda é muito bem vinda. Eu estou muito grato”, declarou em vídeo gravado especialmente para o Giro do Boi.

“Com esse projeto, a gente entrou dando assistência técnica ao pequeno produtor e vê a satisfação no rosto do dele, por isso o pessoal está bem engajado”, sintetizou o gerente de compra de gado da unidade da JBS em São Miguel do Guaporé, Renato Ferreira.

“Todo o pessoal de São Miguel do Guaporé está convidado. Basta passar na unidade da empresa e conversar com a originação (compra de gado) porque tem assistência disponível. A gente ainda está estudando a possibilidade de fazer a expansão desse programa em outros núcleos em regiões que têm estrutura semelhante, como o Sul do Pará e o Norte do Mato Grosso onde a gente tem oportunidade de implementar este mesmo desenho”, projetou Fábio Dias.

Veja os depoimentos de Fábio Dias, Renato Ferreira e Gilvan Salvador na íntegra clicando no vídeo abaixo: