Quais são as diferenças nutricionais entre as fontes de proteína vermelha e vegetal?

Nutricionista afirma que organismo humano absorve mais facilmente o ferro da carne vermelha e alerta para os grupos de risco que mais precisam dos nutrientes deste tipo de proteína

Nesta terça, 12, o Giro do Boi recebeu em estúdio a nutricionista Bruna Zavarize Reis, mestre em nutrição humana aplicada e doutoranda em ciência dos alimentos pela USP. A profissional foi convidada do programa para falar sobre os benefícios do consumo da carne bovina e quais são os grupos que mais precisam dos nutrientes contidos na proteína vermelha, como o ferro.

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Segundo Reis, em comparação com as fontes de proteína vegetal, a carne vermelha é melhor aproveitada pelo organismo. “Soja, ervilha ou qualquer outra fonte proteica vegetal são menos aproveitadas pelo organismo apesar de serem fontes altas de proteína. Por exemplo, a quantidade de aminoácidos essenciais é muito inferior ao que tem na carne, então a carne é uma fonte de proteína disparadamente boa”, afirmou a doutoranda em ciência dos alimentos.

Um dos benefícios do consumo da carne bovina está na sua biodisponibilidade de ferro, ou seja, o quanto o nutriente contido no alimento pode ser absorvido pelo organismo de quem o consome. “A gente diz que o ferro da carne é mais biodisponível, ou seja, é mais bem absorvido, aproveitado e atinge mais a sua função no organismo na comparação com o ferro de origem vegetal“, reforçou a nutricionista, fazendo uma comparação com o feijão, outra reconhecida fonte de ferro.

De acordo com a mestre em nutrição humana aplicada, o grupo alimentar da carne bovina perde somente para o grupo vísceras (seja de bovinos ou outros animais) no quesito biodisponibilidade de ferro.

Segundo Bruna, existem grupos de pessoas que têm necessidade maior desta fonte de ferro, como as crianças e os idosos, por terem gasto energético maior, e as mulheres, por conta de perderem o mineral durante a menstruação. “A carne vermelha, especificamente, tem maior concentração de ferro e simplesmente excluir da dieta sem acompanhamento profissional pode ter efeitos deletérios para a saúde“, advertiu. Para os homens, a necessidade está ligada à necessidade de formação de hemoglobinas para fazer circular o oxigênio pelo sangue, processo do qual o ferro é parte imprescindível.

A nutricionista avisou também que a adoção de dietas vegetarianas deve ser acompanhada pela orientação profissional, visto que a exclusão das carnes, e não somente a bovina, da dieta pode levar a diversos tipos de anemia por deficiências de ferro, vitamina B12 ou zinco, por exemplo.

No entanto, Reis pediu atenção com o consumo excessivo, sobretudo das carnes com maior teor de gordura. “Pensando em pacientes com qualquer tipo de doença, como o renal crônico ou quem tem insuficiência digestiva, o excesso de carne pode, sim, ser prejudicial pelo excesso de proteína e gordura. Em pessoas saudáveis, não tem esse limite”, disse, recomendando o consumo de carne até cinco vezes por semana, intercalando com outros tipos de carnes brancas, como aves e peixes.

Veja no vídeo abaixo a entrevista completa de Bruna Zavarize Reis ao Giro do Boi desta terça: