Veterinário dá dicas de como aproveitar matriz F1 agregando valor à produção de carne

Especialista lembra que, ao apostar nas fêmeas F1 como matrizes, pecuarista pode produzir mais um bezerro com potencial para capturar valor com sua carne de qualidade

Nesta quinta, 17, o estúdio do Giro do Boi recebeu para uma entrevista o médico veterinário, especialista em gestão de pecuária e gerente de mercado da Alta Genetics do Brasil, Tiago Carrara. Ele mensurou os impactos do melhoramento genético dentro de uma fazenda de gado de corte e explicou como o pecuarista que já faz o cruzamento industrial pode, ao invés de descartar, usar as fêmeas F1 para produzir mais um bezerro a partir dela e aumentar a produção de carne de qualidade, potencializando a captura de valor no mercado.

Carrara destacou que o impacto do melhoramento pode ser muito grande dentro da fazenda dependendo da inteligência no uso da ferramenta, mas considera que a “genética sozinha não faz nada”. “Ela precisa ser trabalhada em conjunto com ambiente, mas também se trabalhar só o ambiente, sem genética, você fica limitado em alcançar os resultados”, contrapôs.

Ao unir o ambiente com o melhoramento genético, o veterinário afirmou que é possível diminuir a idade ao abate, aumentar o peso dos animais, o número de bezerros desmamados e ainda acessar programas de bonificação, que remuneram o pecuarista conforme a qualidade de sua entrega. “Todas as características que são trabalhadas dentro do melhoramento genético têm uma correlação com a parte financeira, se não tiver isso não é melhoramento genético”, classificou.

Carrara passou ainda uma série de orientações para o pecuarista que já está mais avançado no uso do melhoramento genético e já lançou mão do cruzamento industrial. O gerente lembrou que existem 37 raças taurinas, além das adaptadas e sintéticas, que podem ser combinadas com as características das fazendas para obter máxima produtividade. “Quando se utiliza as raças britânicas, como o Hereford, Devon ou Angus, a gente tem a possibilidade de segurar a fêmea no rebanho e essa fêmea ser a nossa matriz. A heterose favorece essa vaca em termos de fertilidade, precocidade e ela é boa de leite”, declarou Carrara.

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O especialista calculou que num sistema produtivo bem desenhado, é possível desmamar as novilhas com 7 meses e emprenhá-las já aos 12 a 14 meses, eliminando a necessidade de fazer a recria de fêmeas vazias. Então as vacas poderão parir antes dos 24 meses, aos 30 meses desmamar um bezerro com até 250 kg e responderem bem à terminação em semiconfinamento ou confinamento habilitada para capturar valor em qualquer programa de bonificação por carne de qualidade, tanto ela quanto seu bezerro.

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Veja todas as considerações do veterinário na entrevista completa disponível no vídeo a seguir:

Foto: Divulgação/ABHB