Consórcio lavoura-pecuária aumenta produtividade e receita do pecuarista no Nordeste

Produtores dos Sergipe e Alagoas apostam na parceria das pastagens com o milho para aumentar produção de capim, diluir custos com venda do grão e ter alternativa para alimentação na seca

No Giro do Boi desta quinta, 19, a engenheiro agrônoma Natália Vieira, responsável técnica da linha de pastagens da Dow Agrosciences, participou do quadro Giro pelo Brasil para falar de uma receita de sucesso para pecuaristas do agreste e do semiárido do Brasil, o consórcio de capim com milho.

“Os pecuaristas da região descobriram no consórcio do capim com milho uma alternativa para a reforma de pastagem. Uma das vantagens é a diluição do custo porque ele produz o milho quando a pastagem não está no ponto para ser usada. Aí os grãos da lavoura podem ser usados internamente, como silagem, ou serem comercializados”, explicou Natália.

Mais do que ajuda no custeio do manejo dos pastos, a agrônoma lembrou que o maior volume de massa de capim, que é produzido por conta do solo fertilizado para o plantio do milho, auxilia os pecuaristas também na seca ou uma estiagem inesperada. “O consórcio auxilia tanto na produção de volumoso, para o caso de uma seca, quando é uma época de imprevisto para a safra do grão, porque é possível converter a lavoura em silagem”, acrescentou Vieira, responsável pelo atendimento técnico a pecuaristas de Sergipe e Alagoas.

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Na região, o ciclo das águas é normalmente inverso ao do restante do país. “As chuvas acontecem entre maio e setembro, mas o clima é variável. As chuvas desse ano começaram em junho e estão acontecendo agora agora, mas o interessante é que chove no inverno, diferente do resto do Brasil, que é no verão”, revelou. Para aproveitar as boas condições naturais, o plantio do milho é feito pouco antes do início das chuvas. “Uma das principais diferenças deste sistema é que os produtores algumas vezes antecipam o plantio para antes das chuvas. Eles plantam no solo seco para germinar nas águas e assim ganham tempo”, completou.

Ainda de acordo com a engenheira agrônoma, para adotar o sistema consorciado, o pecuarista deve estar aberto para experimentar novos sistemas cujos métodos são mais complexos do que o cultivo do capim solteiro. “E é essencial ter um técnico capacitado para as especificações agronômicas, além de utilizar variedades de sementes de qualidade“, recomendou.

Veja abaixo a entrevista completa de Natália Vieira ao Giro do Boi