Indústria vai lançar selo indicador de qualidade e boas práticas na produção de carne bovina

Símbolo vai comunicar aos consumidores um complexo trabalho de capacitação de fornecedores e colaboradores para produzir carne de acordo com boas práticas

O bem-estar também influencia – positivamente – na qualidade da carne bovina. Nesta quinta, 12, o Giro do Boi tratou do tema, que está em destaque durante todo este mês de julho, dedicado ao bem-estar animal. Quem repercutiu o assunto no programa desta manhã foi a diretora de qualidade da JBS, Emília Raucci.

Em conversa com o apresentador Marco Ribeiro, a diretora destacou como é a relação entre bem-estar animal e a qualidade final do produto oferecido ao consumidor. “Primeiro pelo aspecto visual próprio do produto. Imagine na gôndola um produto com uma contusão, podendo ser ocasionada por más práticas de bem-estar. O segundo ponto são as questões mais técnicas da transformação do músculo em carne, em que as boas práticas de bem-estar, como a redução de estresse, são fundamentais e impactam diretamente no processo de transformação”, disse Raucci.

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Uma das ferramentas para garantir que o mercado receberá um produto feito a partir de boas práticas é o treinamento constante dos colaboradores da companhia. Anualmente, 14 mil trabalhadores são capacitados com o objetivo de estarem alinhados às boas práticas de qualidade, entre elas o bem-estar animal. Apenas na divisão de bovinos, são 3 mil funcionários treinados todos os anos para garantir a impressão da qualidade no produto final que chega à mesa do consumidor.

E um consumidor que está, de fato, mudando as suas exigências, confirmou Emília Raucci. “É nítida a mudança desse novo perfil. São consumidores que buscam uma relação de confiança, transparência e que buscam não só comer um produto seguro, que tenha não só os quesitos de qualidade, mas que se conheça a história deste produto. […] Então é um consumidor que está muito mais antenado não só com relação à segurança mas também com o que está por trás desse produto, qual é a história”, disse na entrevista desta manhã ao Giro do Boi. Expressões como rastreabilidade e conhecimento mais profundo do processo produtivo são cada vez mais comuns entre os consumidores de carne.

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E um dos grandes desafios da cadeia produtiva é contar de uma forma simples todo o complexo trabalho desenvolvido para entregar este produto que o consumidor quer. Por isso a indústria desenvolveu um selo para comunicar estes processos. “A gente vem trabalhando neste selo há aproximadamente dois anos. É a construção de um conceito diferente, nós somos pioneiros neste conceito. É o Selo de Cadeia de Fornecimento em que a gente tem o objetivo de justamente contar a nossa história e a história do nosso produto. É o link que a gente está buscando com esta nova geração de consumidores”, revelou Emília.

O selo deve fazer parte das etiquetas dos produtos da companhia já neste segundo semestre de 2018 e vai direcionar os interessados por meio de um QR code para um site que reunirá informações sobre a história do produto, da companhia e dos fornecedores. Para dar isenção ao processo, uma empresa terceirizada é responsável pela sua certificação.

Ainda durante sua entrevista, Emília falou sobre a expectativa de receber no Brasil uma das referências mundiais neste trabalho de bem-estar, a pesquisadora Temple Grandin, professora da Colorado State University, que chega ao país no próximo domingo, dia 15, e vai participar de um workshop durante a semana que vem. “Ter a Temple aqui com a gente é um privilégio”, celebrou a diretora.

Veja abaixo a entrevista completa de Emília Raucci ao Giro do Boi desta quinta, 12.