Boi estressado perde 10% de seu potencial

Boi de corte sofre de estresse ou será que isso é doença de “boi de rico”? Pesquisador da Apta Gustavo Rezende Siqueira respondeu dúvida durante palestra no 2º Beefday

Na última semana, dia 15, a sede do Polo da Alta Mogiana da Apta, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, localizada em Colina-SP, recebeu a segunda edição do Beefday. O dia de campo é voltado para disseminação de tecnologias aplicáveis a diversos sistemas produtivos que buscam produzir um boi precoce e pesado, que é o conceito do boi 777, desenvolvido pela própria agência.

Cerca de 1.300 pecuaristas e profissionais estiveram presentes do evento, que foi composto por um circuito de oito palestras diferentes feitas por pesquisadores em oito estações, por onde passavam os grupos de produtores.

Uma das apresentações foi feita pelo pesquisador da Apta de Colina e professor do programa de pós-graduação em zootecnia da Unesp de Jaboticabal, Gustavo Rezende Siqueira, cujo título foi “Quanto o estresse pode interferir no seu resultado?”. Durante o evento, o pesquisador conversou com a equipe de reportagem do Giro do Boi e respondeu a dúvida: boi de corte sofre de estresse ou será que isso é doença de “boi de rico”?

“A gente está cada vez entrando mais no detalhe. E isso é um caminho sem volta. A gente vai entar na época de entender o detalhe para ajustar isso porque é no detalhe que está a diferença entre o ganhar e perder dinheiro. A gente preparar o animal para uma situação de estresse, quer seja em transporte, entrada em confinamento, isso é muito importante e pode trazer resposta econômica de mais de 10% na operação que você está fazendo”, sintetizou Gustavo.

O consultor Maurício Lerra, que atende pecuaristas de todo o Brasil que buscam aumentar a sua produtividade e usar o conceito do boi 777, afirmou que mudar seu sistema e buscar tecnologias, focando nestes detalhes, pode fazer o desempenho melhorar em mais de 100% em arrobas por hectare ano. “O ganho é muito grande. O pecuarista tradicional, que não usa tecnologia nenhuma, em relação ao pecuarista que usa, que lança mão destas tecnologias, chega a mais de 100% de ganho em termos de rentabilidade por hectare e isso é crucial hoje em dia. A gente tem que se atentar aos pequenos detalhes porque a soma destes detalhes é que traz o resultado, e não só uma ou outra tecnologia. Vai desde o estresse, manejo, nutrição, pastagem, semi-confinamento, confinamento, isso tudo é tecnologia que nós temos disponíveis hoje e que temos que usar. Não tem outra forma de trabalhar na pecuária mais”, disse Lerra.

Veja a entrevista completa de Gustavo Rezende Siqueira e Maurício Lerra no vídeo abaixo: