Fazenda ajusta manejo e prejuízo com lesão de carcaça cai de 3,5 kg para 300 gramas por cabeça

Pecuaristas melhoraram as práticas de vacinação e fizeram adaptações também no embarcadouro, diminuindo a perda com descartes de 3,5 kg para 300 g de carne por carcaça

No quadro Giro do Dia desta quinta-feira, dia 02, os produtores Urbano Correia, pecuarista de Itamaraju-BA e ex-presidente do sindicato rural da cidade na Bahia, e seu filho Gustavo Correia falaram da importância da correção do manejo dentro da porteira no aproveitamento da carcaça dos animais.

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Em certa ocasião, ao acompanhar o abate de um lote de 20 animais negociados com a unidade da JBS em Itapetinga, na Bahia, Gustavo pediu que os responsáveis pela toalete da carcaça reunissem em bandejas os descartes por lesões e vacinações. Em média, Gustavo constatou que cada animal perdia 3,5 quilos por conta dos problemas. “Comecei a perceber que meu boi estava gordo, bem acabado, uma carcaça bonita, porém quando passava na inspeção ficava aquele buraco no pescoço do boi e a gente achava que fazia certo”, intrigou-se.

Assim, buscou corrigir o manejo principalmente na vacinação, com cursos e demais atualizações, e no embarque. “Eu fiz uma correção de manejo. Essa correção é meio gancho. O boi já sai da fazenda com uma arroba (a mais). O gado hoje está rendendo 54% a até 56%, […] eu considero aí uma arroba (a mais) só no manejo”, contentou-se Gustavo, afirmando que agora as perdas são de 300 g por animal em média, mais de dez vezes menor do que ele mesmo observou em sua primeira visita à sala de abate.

Outra recomendação do produtor para melhorar o rendimento das carcaças comercializadas é apostar na tecnologia da nutrição animal. “E dar comida boa. Engordar seu boi com confinamento e semiconfinamento que é o futuro do mercado. É o boi gordo e novo que dá rendimento”, resumiu.

Urbano Correia detalhou que além de passar a vacinar de modo correto, a adaptação do embarcadouro foi essencial para diminuir a incidência de lesões. O que antes era uma rampa contínua até a carreta, agora virou uma rampa mais uma prancha reta de cerca de três metros para o animal não entrar na carreta com um salto. “Três metros pra ele andar e entrar na carreta e não fazer o pulo. Porque assim que ele faz o pulo, ele bate. Aí é onde ele machuca e tem perda. Isso nós corrigimos bastante lá na fazenda”, reforçou.

Metade dos animais abatidos no Brasil apresenta lesão na carcaça

O depoimento dos produtores foi gravado em visita feita à sede da JBS em São Paulo, conhecida como Unidade Anhanguera. “Eu também convido os produtores rurais a conhecerem mais a base, visitar aqui em São Paulo, conhecer as indústrias também, assistir seu boi no frigorífico, é bom acompanhar esse trabalho”, recomendou.

Veja o vídeo completo abaixo: