Gado socialmente adaptado produz mais no confinamento

Médica veterinária especialista em bem-estar animal acrescenta que adaptação do animal ao sistema intensivo de terminação é mais complexa do que a mera adequação à nova dieta

O sistema intensivo de engorda é mais sensível do que a pecuária tradicionalmente feita a pasto. Por isso, a atenção do pecuarista aos detalhes deve ser também mais intensa. No cocho, por exemplo, a adaptação dos animais interfere de modo expressivo no desempenho dos bovinos.

Aí está a importância das boas práticas de produção. O tema foi tratado em palestra na 11ª edição da Interconf, promovida pela Assocon em setembro, proferida pela médica veterinária Janaína Braga, pesquisadora da FCAV-UNESP, de Jaboticabal-SP, e da BEA Consultoria e Treinamento.

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“Quando a gente fala de adaptação de forma geral no confinamento, imediatamente o pecuarista, quem está envolvido, os técnicos, pensam que envolve exclusivamente dieta. Óbvio que adaptar um animal que é um pastejador, acostumado a comer pastagens, para uma dieta altamente concentrada é importante. (É importante adaptar a) os micro-organismos ruminais, as papilas ruminais para que isso evite distúrbios metabólicos digestivos a curto e a longo prazo, resultado até na morte do animal, mas a gente tem que parar para pensar que a dieta é importante, mas não é só a dieta. A gente está modificando a dieta, mas a gente está modificando todo o ambiente que envolve aquele animal, desde a mistura de lotes, a ausência de sombra, comer exclusivamente no cocho, beber água exclusivamente no bebedouro, então esses fatores precisam ser levados em consideração quando a gente fala sobre adaptação. Este é um conceito amplo, ou seja, é fazer com que o animal se ajuste a uma situação ou a um ambiente”, sintetizou a veterinária.

Veja as dicas para amenizar o processo de adaptação do gado em cocho na entrevista completa disponível abaixo: