Podemos comer carne na quaresma?

Padre afirma que o consumo de carne vermelha não é tão restrito como parece. Católicos do campo e da cidade puderam entender melhor sobre o consumo de carne nesta época.

O programa Giro do Boi desta sexta-feira, 16, foi especial. Trouxe um convidado abençoado, o teólogo, filósofo e padre Tarcísio Marques Mesquita, que também é coordenador da Pastoral e membro do Conselho de Presbíteros da Arquidiocese de São Paulo. Ele veio esclarecer o grande tabu e os questionamentos sobre o consumo de carne bovina no período de quaresma, que se começou na última quarta-feira de cinzas e segue até o dia 29 de março, véspera da sexta-feira santa.

O Brasil é o país com maior número de católicos no mundo e muitos seguem a penitência de não comer carne vermelha durante 40 dias. Mas hoje o pároco afirmou que o convite da abstinência da igreja católica é para quem tem entre 18 e 59 anos, se prive do consumo apenas no primeiro e último dia da quaresma e durante as sextas-feiras do período. O sacerdote ainda ressalta que pessoas mais humildes não precisam seguir os preceitos religiosos e o que mais importa é a dedicação as orações e reflexões pessoais. “Do que adianta fazer um jejum imenso e se tornar um penitente, como quem caminha por estradas carregando uma cruz e maltratar uma pessoa, maltratar o próximo  e não ser um bom vizinho. O que adianta se minha vida não se transforma em coisas boas?”,  ressaltou o padre.

Durante a entrevista, o padre também falou de outros assuntos relacionados à esse período de quaresma como o lançamento da Campanha da Fraternidade 2018, que este ano traz o tema “Fraternidade e Superação da Violência”; e sobre Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, e que tem como devotos praticamente todos os trabalhadores rurais do país.

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Campanha Hospital de amor

O presbítero também ressaltou e elogiou a iniciativa de indústrias e pecuaristas sobre uma das maiores campanhas em prol do antigo Hospital de Câncer de Barretos, hoje chamado Hospital de amor. A instituição cuida de crianças e adultos com câncer de todo o Brasil, gratuitamente, e não possui condições de arcar com os custos de tratamento. O Governo Federal custeia, através do SUS, menos da metade das despesas do hospital e mensalmente há um déficit de 20 milhões de reais. A campanha pede ajuda aos pecuaristas para que doe R$ 1,00 por cada animal abatido. Toda a verba arrecadada será revertida para o Hospital de Amor. Em 2016, o hospital atendeu quase um milhão de pacientes e seus acompanhantes, vindos de mais de 2 mil cidades brasileiras. A igreja católica apoia esse tipo de iniciativa.

Confira a entrevista completa.