Tempo de recria de gado de corte deve ser reduzida pela metade, recomenda pesquisador

Este ciclo, que tem duração média de dois anos no Brasil, deve contar com pasto de qualidade e suplementação para que seja bem executado. O objetivo é garantir ganhos elevados e antecipar a nova fase, de engorda.

No programa desta segunda-feira, 07, o Giro do Boi teve como conteúdo principal a participação do zootecnista e pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, a Apta, Gustavo Rezende. Em entrevista, o doutor em zootecnia falou sobre estratégias de terminação e recria para esta entressafra e como equilibrar o investimento na engorda com as finanças da fazenda em momento de pressão no mercado do boi gordo.

“O pecuarista que tem planejamento suporta alterações de preços de insumos e do boi. Quando falamos de planejamento, é de compra, de manejo pasto, de abate de gado, taxa de ganho de peso”, exemplificou.

Rezende lamentou que o período de recria muitas vezes é esquecido pelo pecuarista, mas acredita que o momento é ideal para planejar.  Este ciclo, que tem duração média de dois anos no Brasil, deve contar com pasto de qualidade e suplementação para que seja bem executado. O objetivo é garantir ganhos elevados e antecipar a nova fase, de engorda. Desta maneira, o animal estará em boas condições para desempenhar bem na terminação. Já quando o animal é ‘abandonado’, perde qualidade de carcaça e pode acumular prejuízos difíceis de serem recuperados.

“É uma fase lucrativa, importante para o sistema e é esquecida.  A recria de animais no Brasil dura mais de dois anos, entre desmamar e o animal chegar para ser abatido. O que a gente quer mostrar como estratégia é o seguinte: você tem que ter um pasto adequado nas águas e na seca e, com isso, pode entrar com estratégia de suplementação para poder ter ganhos mais elevados nesses animais. Em vez de ficar dois anos a dois anos e meio recriando esse animal, pode fazer isso entre 12 meses a 15 meses, antecipando essa fase”, resumiu Siqueira.

Em outro ponto da entrevista, Rezende ressaltou a importância de desafiar as matrizes à reprodução mais cedo. “A pior coisa que você pode ter na sua fazenda é a vaca vazia. Se o bezerro está mais barato, uma hora ele aumenta (de preço), você deve produzir mais bezerros. Senão você irá ganhar menos dinheiro, orientou o especialista.

Planejamento para suplementação da vacada foi outro assunto da conversa com o apresentador Mauro Sérgio Ortega. Para Gustavo, além de reservar pastos de qualidade para o período de seca e/ou das águas, a inserção de suplementos para auxiliar no aproveitamento do pasto deve estar entre as opções do pecuarista.

Confira a entrevista com todos os detalhes no vídeo abaixo.