Áreas mais altas da Região Sul poderão ter geada forte neste fim de semana

Meteorologista do Inmet emitiu alerta de temperaturas baixas e respondeu dúvidas de telespectadores de Parintins-AM e Bom Jesus do Itabapoana-RJ

De modo geral, as geadas que atingem a Região Sul neste fim de semana devem ser de fraca a moderada intensidade, mas algumas áreas de maior altitude poderão sofrer mais. Foi o que destacou na previsão do tempo desta sexta, dia 07, o meteorologista e doutor em ciência ambiental pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“Mapas de geada, então, mostram a possibilidade e a ocorrência mesmo desta previsão. Em geral, fraca a moderada, mais isoladas, mas moderada e até forte nas áreas de altitude, acima de 800, 1000, 1200, 1500 metros no Planalto Catarinense, ao norte do Planalto Gaúcho, Planalto Meio-Oeste Catarinense também com previsão de geada, beliscando nas áreas de altitude no extremo-sul do Paraná. Área da Campanha também, na fronteira, como Livramento, áreas de Quaraí e Alegrete também tem previsão de geada nesta sexta e sábado. Sábado já com um pouco menos intensidade, ficando um pouco mais restrita as áreas altas e também ainda na região da Campanha. E domingo diminuindo bastante, já se restringindo às áreas de altitude do Rio Grande do Sul”, resumiu.

“Temperaturas mínimas entre sexta e sábado ficam abaixo de zero, temperaturas negativas. Essa área em azul um pouco mais escuro próximo aqui das serras gaúchas entre sexta e sábado, áreas de planície com 2, 3, 4 e 5º C. São temperaturas favoráveis à ocorrência de geada”, complementou Schneider.

Veja a previsão completa para os próximos dias e a resposta às perguntas de telespectadores:

PRECIPITAÇÕES

“Reduz a chance semana que vem de chuva nessa região mais central do Brasil, somente mais na Região Sul deve ter outro evento de chuva.[…] Terça e quarta-feira tem uma outra frente fria que vai novamente trazer umidade aqui da área do Paraguai, oeste do Rio Grande do Sul, e vai provocar alguns volumes de chuva no Sul do Brasil. […] Nesta sexta-feira tem inclusive chance de chuva mais forte nas áreas aqui da Bahia, perto do Recôncavo, e toda essa área mais Norte e Nordeste, Maranhão, Pará, Piauí, Amazonas em virtude da umidade que vem também do Oceano Atlântico Norte”, anunciou.

“Tem essa chuva da passagem final dessa frente fria na sexta, os volumes ficam entre 50 e 70 mm, mais no leste de Santa Catarina e Paraná. E ao Norte do Brasil, vocês notem que está começando a reduzir aqueles volumes mais intensos na Amazônia porque começa a receber o ar mais seco da região Central”, advertiu.

“O mapa já de toda a semana, até a próxima quarta-feira, já mostra a chuva prevista da semana que vem, dos dias 11 e 12, que vai pegar parte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e talvez o sul do Paraná. Os volumes não devem ser tão intensos, mas algumas áreas podem receber novamente volumes acima dos 50 mm. A chuva era muito esperada no Paraná, pode até ter alguma chuva, mas por enquanto os volumes não são significativos”, ponderou.

“Na previsão para outra semana, pode ter alguma mudança, mas mostra alguma possibilidade de pegar uma chuva isolada passando do dia 14 até o dia 20 de maio. Algumas áreas entre Santa Catarina e Paraná e norte do Rio Grande do Sul, também no leste da Bahia, Sergipe e no litoral nordestino. Em função da umidade que vem do Atlântico, é bastante comum ter volume de chuva mais intenso”, acrescentou.

TEMPERATURAS

“Lá no centro de Mato Grosso, região sul e Cuiabá também tem virada forte entre quinta e sexta-feira. Mas sábado a gente observa que já sobe a temperatura em parte de Mato Grosso e domingo e segunda-feira volta a fazer calor em algumas áreas. Essas viradas do tempo, que a gente chama de alta frequência na meteorologia, vão ser mais frequentes, mais constantes”.

“Mais uma vez a gente chama atenção que tem uma virada no meio do mês entre os dias 14, 15 e 16/05, uma nova massa de ar frio que pode ser mais oceânica, também pegando as áreas do continente. Mas tem queda de temperatura na metade e outra para o final do mês […] com uma intensidade um pouco mais forte, uma massa de ar polar mais intensa”.

PERGUNTAS DOS TELESPECTADORES

– Já começamos o período conhecido como “verão” na Região Norte do país? (Marcelo Nogueira, de Parintins-AM)

“(Seguindo a climatologia) Nessa região de Parintins também começa a diminuir a precipitação. (Maio) Seria o último mês que dá para considerar chuvoso. Mas a partir de junho e julho, historicamente a chuva também diminui bastante e começa a pegar parte desse ar mais seco naquela região. […] Mas neste ano, maio e junho, na região de Parintins, os dois meses mostram anomalia positiva, ou seja, tem ainda condições para ter uma chuva acima do normal naquela região da Amazônia”.

– Qual o período que devemos receber mais chuvas nos próximos meses, de maio até julho? (Andrei de Almeida, de Bom Jesus do Itabapoana-RJ)

“Para o norte do Rio de Janeiro, a gente também recorre à climatologia, vendo que tem muito pouca chuva nesta época do ano. Essas áreas ficam abaixo dos 100 mm, até entre 50 e 75 mm. Qual mês que vai ser mais chuvoso ou mais seco? […] Na região do RJ, as chuvas ficam próximas da climatologia, talvez o mês de junho seja um pouco mais chuvoso do que o mês de maio naquela região do norte do RJ”.

Qual é a sua dúvida sobre a previsão do tempo? Envie para o link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Confira a previsão completa:

Foto ilustrativa: Reprodução / Prefeitura de São José dos Ausentes-RS