Pecuarista de quarta geração monitora peso do gado pelo celular

Produtor paulista fala no programa Giro do Boi da experiência de contar com balanças tecnológicas para pesagem de animais no pasto

Um bom pecuarista que se preze, hoje, tem de medir tudo quanto for preciso na fazenda. As informações ajudam a identificar, por exemplo, se o boi que está comendo muito e não converte quase nada em carne. Este é o chamado boi ladrão. Agora, imagine poder identificar este animal e eliminar essa genética indesejável do rebanho.

“Eu ainda não consegui identificar o boi ladrão, mas em breve eu vou”, diz o pecuarista Ruy Pereira de Queiróz, da fazenda Ingazeiro, no município de Ubirajara (SP), próximo a região de Bauru. Queiróz faz parte de uma quarta geração de homens do campo do Estado de São Paulo e está testando várias novidades tecnológicas para melhorar a gestão de sua propriedade.

Balança instalada no acesso aos cochos de alimentação no meio do pasto rotacionado. Foto: Ruy Pereira de Queiróz

Uma delas é a balança de pesagem de animais em áreas de pastagem. O pecuarista instalou o equipamento na entrada da praça de alimentação em um módulo de pastos rotacionados para monitorar a evolução da engorda dos animais. Queiróz foi o entrevistado no estúdio do programa Giro do Boi, desta terça-feira, 24, e falou sobre a novidade.

Tecnologia nas nuvens

A balança identifica cada animal pelo seu chip e faz leitura de peso quando apenas um passa por cima dela. A cada dia as informações são armazenadas e transmitidas para um sistema computacional remoto (mais conhecido como “nuvem”, no jargão tecnológico). Depois, os dados aparecem por aplicativo no celular de Queiróz. “Eu tenho os dados das pesagens de um dia anterior, e o histórico de pesagens”, diz o pecuarista.

Ele está há cerca de um ano experimentando a novidade em sua propriedade e está vendo grandes oportunidades. A tecnologia se adequou perfeitamente ao sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) e um sistema de pastejo rotacionado.

Pesagem é feita apenas quando um animal passar pela balança. Foto: Ruy Pereira de Queiróz

Para o produtor, há um tempo de adaptação de 15 dias até o sistema da balança poder monitorar com mais precisão os dados coletados dos animais. Ele lembra, inclusive, que se dois bois passam pela balança, o equipamento até computa a travessia dos dois animais, mas não registra peso. O sistema sempre esperará quando apenas um bovino passar pela balança.

Informações sem estresse

“Até mais importante do que identificar o boi ladrão, é identificar os animais que estão ganhando peso e o gado que está chegando próximo ao abate”, diz Queiróz.

Tecnologias são para gerar menor estresse aos animais, como instalação de sombrites pela fazenda. Foto: Ruy Pereira de Queiróz

Apesar da novidade nos pastos, e que também deve ser experimentada numa área de confinamento da propriedade, o pecuarista não descarta as balanças eletrônicas dos currais, pois elas servem inclusive para balizar os dados coletados no pasto.

Um dos grandes benefícios dessa tecnologia é poder tirar informações de qualidade do rebanho sem ter de mexer muito com o gado, levando a menos estresse durante o manejo, e, garantindo uma carne de melhor qualidade na hora do abate.

Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: