“CADA BEZERRO IMPORTA”

A cada 10 bezerros nascidos no Brasil, ao menos um morre. Campanha quer mudar essa realidade

Confira os detalhes da campanha na entrevista com o zootecnista Mateus Paranhos, e diretor da BE.Animal, e a zootecnista Carla Ferrarini, gerente de Comunicação de Bem-Estar Animal e Humano da Beckhauser

A pecuária brasileira, ano após ano, encara a estatística de que a cada dez bezerros nascidos, ao menos um morre. Uma campanha quer mudar essa realidade. Assista ao vídeo abaixo e confira como isso poderá mudar. 

Para mudar essa realidade, a consultoria BE.Animal lançou a campanha “Cada Bezerro Importa”

O Giro do Boi desta quinta-feira, 4, deu detalhes dessa campanha numa entrevista com o zootecnista Mateus Paranhos, diretor da BE.Animal, e a zootecnista Carla Ferrarini, gerente de Comunicação de Bem-Estar Animal e Humano da Beckhauser.

Além do apoio da Beckhauser, o projeto “Cada Bezerro Importa” é patrocinado pela JBS e  MSD Saúde Animal.

Números preocupantes de mortalidade de bezerros

Bezerro mestiço em destaque em instalações de um mangueiro. Foto: Josimar Lima Nascimento/Embrapa Gado de Corte
Bezerro mestiço em destaque em instalações de um mangueiro. Foto: Josimar Lima Nascimento/Embrapa Gado de Corte

O porcentual de mortalidade de bezerros é de cerca de 12%. A estimativa é que nasçam este ano 48,5 milhões de bezerros no Brasil.

O dado é do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) o que faz o Brasil ser o terceiro maior no mundo na produção de bezerros.

No entanto, se esse cálculo estiver certo, a perspectiva é que morram 5,8 milhões de bezerros.

“Mais do que importante, é um número assustador. Dentre as principais causas da morte de animais está a falha de manejo na fazenda”, diz Paranhos.

Como será a campanha “Cada Bezerro Importa”?

Peão com bezerro nos braços. Foto: Divulgação/BE.Animal
Peão com bezerro nos braços. Foto: Divulgação/BE.Animal

A iniciativa da BE.Animal reúne atividades teóricas e práticas, tem como estratégia disseminar as boas práticas de bem-estar animal na criação e no manejo de bezerros de corte.

O acompanhamento vai do nascimento à desmama dos animais. A ideia é poder reduzir as taxas de morbidade e mortalidade das fazendas de cria brasileiras.

“Temos de levar o conhecimento para dentro das fazendas para melhorar a relação humano e animal”, diz Ferrarini.

É por isso que o projeto contempla um conjunto de ações para promover a capacitação dos profissionais das fazendas para a implementação das boas práticas de bem-estar animal.

O reforço sobre a capacitação foi a principal demanda avaliada numa enquete feita pela BE.Animal, durante o lançamento da campanha.

Capacitação na prática para redução de mortalidade de bezerros

O conceito se desdobra, na prática, desde o início do processo de criação, com a estruturação de pastos maternidade, definindo quais as características de um bom ambiente para o parto e que facilite a realização da ronda pelos vaqueiros.

Serão também abordados os cuidados com as vacas amojadas, as observações dos sinais de parto, a ingestão do colostro, os procedimentos de cura do umbigo, as estruturas e materiais para a criação e manejo – como curralzinho maternidade e mantas de contenção –, pesagem, identificação, vacinação e vermifugação.

Os comportamentos naturais dos animais também fazem parte das preocupações do projeto. A consultoria pretende disseminar como conduzi-los e realizar a contenção corretamente, incluindo os benefícios da estimulação tátil.