Confira os 10 passos para moldar o padrão visual do seu touro

O zootecnista Roberto Vilhena, jurado efetivo de zebuínos da ABCZ traz dicas importantes de seleção dos principais aspectos morfológicos de um bom reprodutor

O programa Giro do Boi recebeu nesta segunda-feira, 11, o zootecnista Roberto Vilhena, jurado efetivo de zebuínos da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Ele é um dos maiores especialistas em avaliação visual de animais zebuínos no País, e falou da importância da morfologia no programa de seleção de uma fazenda.

A morfologia ou fenótipo é o conjunto de características que se refere a uma determinada raça e pode ser observada a olho nu, como peso, cor, conformidade, aspectos e tamanho das pernas, umbigo, cabeça e orelha do animal. Para o especialista, essas informações devem ser trabalhadas juntamente com as informações de genética, como as Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs), para auxiliar na seleção ou na hora da compra de um animal. 

“É fundamental que o animal tenha uma conformação equilibrada. Nós temos de ter animais funcionais, que caminhem atrás do alimento. O touro que vai atrás da vaca precisa de bons aprumos e boas pernas e cascos. Ele precisa ter uma conformação moderna na produção da carne, estamos falando aqui em bovinos de corte, então que tenha um bom desenvolvimento de massa muscular no dorso, lombo, garupa, onde estão os cortes mais valorizados”, explica Vilhena.

Os 10 passos para a morfologia perfeita

1- Investigar a origem do touro, com as linhagens de pais e mães;

2- Verificar os aprumos do animal;

Aprumos das patas traseiras do touro. Quanto mais alinhados melhor. Foto: Divulgação

“Quanto mais correto e mais alinhado for este aprumo, o animal vai ter uma conformação ideal para que ele possa caminhar com facilidade”, explica Vilhena.

3- Verificar o umbigo, vergalhão e escroto;

Umbigo curto, vergalhão bem direcionado e escroto de bom tamanho para boa produção de sêmen. Foto: Divulgação

4- Verificar a confirmação frigorífica, que expressa o tamanho para a padronização uniforme dos animais;

5- Certificar a caracterização racial;

6- Avaliar os detalhes da genética;

7- Avaliar os critérios de escolha dos líderes de sumários;

O bom jarrete da pata traseira touro deve formar um ângulo de 160°. Foto: Divulgação

8- Procurar os melhores touros para produzir futuras matrizes;

9- Procure touros que garantam reposição de matrizes nelore;

10- Optar por touros com boa aptidão para cruzamento industrial

“Você tem de ter um animal bom de aprumo, com bainha, bom de aprumos e escroto. Quer dizer um animal atleta para ele cobrir. Selecione primeiro o grupo de animais desejados pela morfologia e, aí, depois, veja nesse grupo o que você precisa nas DEPs”, aconselha Vilhena.

E as fêmeas?

O especialista também dá dicas de como devem ser as matrizes nelore da fazenda. Entre essas características estão qualidades como parir mais cedo, gestar de animais pesados e garantir boas condições para amamentar o bezerro, além de ter pescoço fino e qualidades femininas próprias da raça nelore. Confira a entrevista completa no link abaixo.