Cinco estratégias para terminar seu gado na seca

Produção de feno em pé, aquisição de volumoso e/ou concentrado, reserva de pasto para ensilar e uso da integração tanto para devolver fertilidade ao solo ou para uso de grãos na dieta: saiba os prós e contras de cada alternativa para o período de transição entre safra e entressafra

O programa Giro do Boi entrevistou nesta segunda-feira, 17, o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Bruno Carneiro e Pedreira, mestre, doutor e pós-doutor em ciência animal e pastagens pela ESALQ/USP. Em conversa, Pedreira destacou seu artigo recentemente publicado no Informativo Pasto Livre, parceria em Dow Pastagens e Scot Consultoria. O texto lista cinco estratégias de terminação para o pecuarista escolher e adotar como alternativa nutricional no período de transição entre a seca e as águas.

Conheça abaixo as opções listadas pelo pesquisador:

1 – Feno em pé: Para adotar esta opção, o pecuarista deve realizar a venda de seus animais ao fim das chuvas e não fazer a reposição, reservando certas áreas de pastagens. A forrageira, desta forma, continua a crescer e amadurecer até a formação do feno em pé. Para tanto, nem todas as espécies de forrageiras são recomendadas. As melhores, segundo o pesquisador, são as braquiárias, que têm boa quantidade de folhas e perdem menos valor nutritivo ao passar pelo processo.

2 – Aquisição de volumoso ou concentrado: Quando não há mais tempo hábil para reservar pastagens, a aquisição de volumoso e/ou concentrado pode servir de alternativa ao pecuarista e o confinamento torna-se possível, sobretudo em regiões produtoras de grãos. Nesta estratégia, o ponto de atenção, segundo Pedreira, é o custo dos insumos, que pode limitar a rentabilidade.

3 – Intensificação do uso de pastagens: O aumento da lotação de animais em piquetes pré-determinados é uma alternativa para manejar os pastos e garantir o crescimento da forrageira em certas áreas preservadas para ensilamento posterior com o auxílio de maquinário. O manejo pode tornar-se viável com ajuda de técnicas como lotação rotativa, adubação e suplementação. Esta estratégia, que deve ser planejada ainda antes do início das águas, garante volumoso durante o inverno, mas pode aumentar substancialmente os custos, que podem ser diminuídos se houver disponibilidade de locação de máquinas ao invés da aquisição das mesmas.

4 – Integração lavoura-pecuária para fertilidade de solo: A integração lavoura-pecuária tem se tornado cada vez mais possível graças ao avanço da agricultura. Nas áreas consorciadas, o solo naturalmente mais fértil possibilita a brotação do capim e a produção de forragem após a colheita da safra. Com esta realidade, o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril já detectou até mesmo fazendas invertendo a estação de monta, fazendo com que os bezerros nasçam na seca, reunindo condições sanitárias e reprodutivas por meio deste manejo.

5 – Integração lavoura-pecuária para uso de grãos na dieta: Outra estratégia oferecida por Bruno Carneiro e Pedreira ao produtor que realiza integração lavoura-pecuária é a utilização dos grãos colhidos na safra na dieta dos animais a serem engordados durante a seca, acelerando a terminação. Aqui é possível até apostar na reposição para aproveitar a maior disponibilidade de alimento. Neste caso, optar pela transformação da lavoura em proteína animal depende da oportunidade de preços dos grãos no mercado.

No vídeo abaixo, o pós-doutor detalha cada uma das estratégias e suas recomendações ao produtor. Assista na íntegra: