Como vai ficar o tempo no Brasil ao longo do próximo trimestre?

Meteorologista indica que clima não será influenciado por El Niño ou La Niña; saiba os reflexos disso nas condições de chuva e temperatura entre dezembro e fevereiro de 2020

Como deve ser o comportamento do tempo no Brasil ao longo dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro? Segundo o especialista consultado pelo Giro do Boi nesta terça, dia 26, o mestre e doutor em meteorologia pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o clima do país não será influenciado com ocorrências de El Niño ou La Niña.

“A tendência é que o Pacífico não tenha uma influência direta […] Consequência disto, nós não devemos esperar tanta variabilidade no clima ou uma influência tão direta do Oceano Pacífico. Isto seria até uma notícia boa. Mas a gente está vendo uma temperatura mais baixa do oceano aqui perto do Nordeste do Brasil, na costa entre o Norte e Nordeste do Brasil. Isto não é bom porque não traz umidade para estas áreas aqui do Nordeste e também aqui para a região do Matopiba”, resumiu Schneider.

Ao longo dos próximos meses, o meteorologista estimou que as chuvas devem ficar um pouco acima do normal entre o estado de São Paulo e a Região Sul, sobretudo nas Missões e norte do Rio Grande do Sul. As precipitações devem ficar pouco acima do normal no sudoeste, oeste e centro do estado de SP, assim como também no sudoeste do Mato Grosso, seguindo para Rondônia e divisa sul do Pará.

“Preocupação que a gente vai mostrar é esta área mais ao norte de Minas Gerais, interior da Bahia”, alertou. Na expressiva fronteira agrícola do Matopiba, o coordenador do Inmet reforçou que as chuvas devem se formar em caráter irregular neste período.

Entretanto, dentro das próximas duas semanas, a notícia é boa para os produtores do Brasil Central, entre Mato Grosso, Goiás, Tocantins, incluindo até o sul do Piauí, sul do Maranhão e oeste da Bahia. De acordo com Schneider, os produtores destes locais serão beneficiados com chuvas a partir dos próximos 3 a 5 dias e até duas semanas para frente, e as precipitações podem ultrapassar o volume dos 50 mm.

Veja na entrevista abaixo os mapas e a interpretação das imagens pelo mestre e doutor em meteorologia Marcelo Schneider: