Conheça as três fases do planejamento do pecuarista para a estação das águas

Agrônomo alerta que produtor deve se programar para aumentar oferta de forragem por conta do crescimento dos animais ao longo do período das chuvas

Está começando, ao menos em teoria, o período mais fácil para as fazendas de gado de corte no Brasil, a estação das águas. “O capim começa a crescer, a disponibilidade de forragem é maior, a condição nutricional melhora, então no geral o desempenho dos animais também melhora”, lembrou o engenheiro agrônomo Adílson Malagutti, analista da Embrapa Pecuária Sudeste, em episódio da série Embrapa em Ação exibida no programa desta sexta, 1º. “Isso pode parecer para a gente que já é o suficiente, mas se o produtor não conseguir extrair o melhor dessa fase, pode ser que isso comprometa todo o ciclo produtivo”, advertiu.

Para contribuir para um bom desenvolvimento de seu rebanho ao longo da estação chuvosa, Malagutti revelou as três fases de planejamento que todo produtor deve cumprir, independente de seu sistema de produção. “Estamos começando de novo o período das águas e muitas coisas já devem ter sido feitas, ou estar em andamento pelo menos, porque a gente tem que pensar nas águas dentro da seca. […] São três coisas importantes: planejamento, planejamento e planejamento”, brincou.

A primeira fase do planejamento, segundo o especialista, é avaliar o rebanho. Malagutti frisou que, com frequência, o produtor não se lembra de inserir em sua programação forrageira o crescimento dos animais ao longo das chuvas e, portanto, que o consumo de capim é maior no final das águas em relação ao início. De forma geral, nesses casos, as áreas de pastagens começam a perder a capacidade de suporte para o rebanho já a partir de janeiro e pode prejudicar o desenvolvimento dos lotes. Por isso é desejável prever oferta de forragem até o fim do verão.

A segunda fase é planejar o manejo das pastagens em si. O agrônomo ressaltou a importância de usar ferramentas como análise de solo para identificar as necessidades dos piquetes e observá-los com atenção para decidir se é necessário reformar ou recuperá-los. Esta segunda etapa está relacionada com a conclusão da primeira fase, pois a demanda por forragem deve balizar os investimentos na adubação, formação ou reforma.

O terceiro planejamento é programar a demanda por suplementação para viabilizar que a propriedade atinja suas metas, como, por exemplo, quantas arrobas por hectare quer produzir, qual ganho médio individual quer alcançar. Estas respostas vão indicar se será necessário uso de sal mineral simples da linha branca, um sal proteico específico para águas ou proteico energético para acelerar o desempenho dos animais antes da entrada no confinamento. A demanda por forrageiras para o final do ciclo das águas, da forma como está descrita no primeiro planejamento, também tem influência na suplementação.

Veja a entrevista completa com o agrônomo Adílson Malagutti pelo vídeo abaixo: