Demanda por carne de qualidade alavanca importação de genética bovina no Brasil

País importou mais de 11 milhões de doses de sêmen de raças taurinas nos últimos três anos de olho no consumidor que busca valor agregado

Nesta terça, 16, o Giro do Boi recebeu em estúdio o zootecnista e gerente de corte da empresa de genética Semex, Antônio Carlos Sciamarelli Junior. O profissional comentou a expansão do mercado de genética no Brasil e deu destaque para a importação de sêmen, que é puxada pela demanda do consumidor por carne de qualidade.

De acordo com a Asbia, a Associação Brasileira de Inseminação Artificial, nos últimos três anos o país importou 11.197.486 doses de sêmen de gado de corte, com destaque para as raças Aberdeen Angus, Red AngusBrangus.

Com dados referentes ao ano de 2017, a raça Aberdeen Angus aparece disparada em primeiro lugar nas importações com com 2,4 mi de doses, seguida por Red Angus (167 mil doses) e Brangus (148 mil doses importadas). Os países que mais enviam para o Brasil foram EUA (2.147.706 doses), Canadá (373.435 doses) e Argentina (373.259).

Para Sciamarelli, o avanço do uso de genética de animais taurinos está ligada à demanda puxada pelo mercado de consumo de carne. “O protocolo (de remuneração por carne de qualidade) está exigindo que o pecuarista faça um planejamento na fazenda dele. A partir do momento que você põe o mix de carcaça, de idade, você volta para a fazenda e começa a fazer o planejamento para ver se você pode atingir. Aí você vai ter um ganho de produtividade dentro da fazenda. Você é remunerado pelo frigorífico pelos protocolos e o aumento desses protocolos é por causa do consumidor. […] Paga-se por essa carne de melhor qualidade”, resumiu.

“A questão é planejamento. Saber que tipo de gado você tem, quais são as características que você tem que melhorar e o que você já tem de bom e, a partir disto, fazer planejamento para a carne que você quer produzir e como você vai chegar lá”, completou.

Veja a entrevista completa no vídeo abaixo: