Fazenda tem economia milionária ao transformar esterco em adubo

No interior de SP, Agropastoril Paschoal Campanelli fertiliza lavouras de cana-de-açúcar, milho e pastagens usando dejetos do confinamento

É a transformação de um passivo ambiental em triunfo para melhorar a sustentabilidade e a produtividade da agricultura e da pecuária reduzindo os custos. Este é o resumo do que fez a Agropastoril Paschoal Campanelli, cuja história está sendo contada em série de reportagens no Giro do Boi, ao coletar os dejetos do confinamento de gado de corte e fabricar adubo para as suas lavouras de cana-de-açúcar, milho e até para as pastagens.

O confinamento da empresa gera cerca de 200 toneladas de esterco todos os dias e o problema que era descartar esses rejeitos do modo ambientalmente correto foi percebido como oportunidade. “O composto é um processo biológico de decomposição do esterco gerado no confinamento e esse processo demora em torno de 70 dias. No que consiste esse processo? A gente controla a umidade e a temperatura para que as bactérias que vivem no esterco façam o processo delas transformando esterco em composto”, resumiu Ricardo Campanelli, gestor de resíduos e fertirrigação da empresa.

A coleta dos resíduos é feita diariamente e destinada a leiras em área dedicada a este processo na fazenda onde está o confinamento do grupo Campanelli. Ao longo de 60 a até 75 dias, máquinas revolvem o material e, dependendo da condição, água pode ser adicionada para desencadear o desenvolvimento das bactérias e facilitar o processo de fabricação do adubo.

“Na adubação nossa da cana-de-açúcar, a fonte de fósforo e potássio é via composto. Em específico nesta fazenda, a gente usa a vinhaça, que seria o potássio, e a gente usa o composto como a fonte de fósforo. Em cima da análise de solo e em cima da análise do produto (adubo), a gente acaba definindo as taxas de aplicação na cana-de-açúcar e na parte de tifton também é feito, lavoura de milho também”, confirmou Campanelli.

+ Veja aqui outras as reportagens da série gravada na Agropastoril Paschoal Campanelli

Mais do que evitar um passivo ambiental, a propriedade reforça o potencial produtivo de suas lavouras e pastagens e promove redução dos custos. “A gente teve uma redução de mais de 50% da compra de adubo químico, é bastante, são alguns milhões que a gente consegue economizar e potencializar nosso solo, porque o composto, além de liberar nutrientes de forma gradual para a planta, ajuda a colocar matéria orgânica no solo, reduz a acidificação, melhora a retenção de água, então tem vários benefícios que vêm por tabela”, informou Ricardo.

E a geração de receitas com este processo pode ser ainda maior daqui para frente. Como o volume de produção de adubo é expressivo, a empresa está estudando a melhor forma de comercializar o composto para outros produtores. “É uma ideia que está se tornando aos poucos realidade, transformar esse composto em adubo granulado para ser vendido no mercado”, adiantou Campanelli.

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