Média brasileira de mortalidade de bezerros chega a 9%; veja 7 dicas para diminuir o índice

Segundo doutora em zootecnia, materneiro com olhar treinado e sempre atento é essencial para evitar a mortalidade. "Amanhã pode ser tarde para o bezerro", alertou.

Já está para começar a temporada de parição nas fazendas brasileiras. E você, pecuarista, está preparado para a estação de nascimentos? Um dos indicadores da reprodução de gado de corte no Brasil apontam que é preciso evoluir em questões específicas. Como, por exemplo, o índice de mortalidade, que os pesquisadores acreditam que chega a uma média de 9% por todo o país. E o que agrava o problema é o fato de que suas causas são pouco apuradas.

Foi este o assunto da entrevista do Giro do Boi desta quarta, 23, com a doutora em zootecnia e professora da UFMT, Fernanda Macitelli, membro do Grupo Etco (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal).

E é nesta hora que o trabalho de um profissional especialista dentro da fazenda torna-se imprescindível. “Toda fazenda precisa ter um materneiro, alguém especialista nisto”, recomendou Macitelli.

Ao apresentador Mauro Sérgio Ortega, a zootecnista listou sete pontos de atenção para que os materneiros acertem no manejo dos recém-nascidos e, assim, contribuam para diminuir o índice de mortalidade de bezerros. São eles:

1 – Tenha cuidado no manejo: a ideia é colocar o bezerro no chão com calma, com cuidado para não potencializar machucados e não alarmar as matrizes;
2 – Saiba como imobilizar o bezerro: não colocar o joelho com todo o peso do corpo no bezerro e evitar feridas decorrentes da cura do umbigo ou tatuagem da orelha, por exemplo;
3 – Faça a cura do umbigo bem feita: a zootecnista explica que muitos profissionais cortam o umbigo curto, mas isto não é recomendável. Quanto mais longo puder ficar, sem risco de infecções ao raspar no chão, por exemplo, é melhor. Na hora da cura, o materneiro não pode deixar de aplicar o medicamento também em volta do anel entre cordão e o abdômen;
4 – Identifique o bezerro: verificar se tem à disposição todo o material à disposição antes de levar o bezerro para identificação adianta o processo;
5 – Aplique o endectocida prescrito pelo veterinário: a doutora em zootecnia explicou que os problemas com parasitas variam entre as regiões, portanto o pecuarista deve usar o medicamento mais indicado para a sua fazenda;
6 – Observe se o bezerro mamou o colostro: neste caso, o ideal é que antes de 6 horas de vida o bezerro recém-nascido já tenha mamado o colostro. Se ele nasceu de madrugada, é importante observar se a área do vazio do bezerro está cheia ou não ou se a teta da vaca está murcha ou não para ter uma estimativa. O ânimo do bezerro também pode indicar isto, se está de pé ou não ou se consegue acompanhar a mãe no curral ou piquete maternidade;
7 – Mantenha o olhar sempre atento: “Amanhã para o bezerro pode ser tarde”, alertou Macitelli. Por isso o materneiro deve ter olhar treinado para identificar e corrigir rapidamente problemas como dificuldades ao nascimento, diarreia, dificuldade na respiração, observar se há urubus circulando pela área e se uma vaca não pariu na madrugada, voltar a visitá-la novamente pela manhã para verificar a evolução do trabalho de parto.

Veja as explicações completas da doutora em zootecnia pelo vídeo abaixo: