Mercado doméstico está buscando carne de animal mais jovem, diz especialista

Além da precocidade dos animais, boas práticas de manejo, como a vacinação adequada, também contribuem para a qualidade do produto final

O consumidor de todo o mundo está aumentando a exigência quanto à qualidade de carne bovina. Além dos principais países importadores da carne bovina brasileira, como a China, sinalizarem rejeição à proteína vermelha produzida a partir de animais abatidos com mais de 30 meses, o mercado doméstico, destino de cerca de 80% da produção brasileira de carne bovina, também está aplicando o crivo.

Quem comentou o assunto no Giro do Boi desta quinta, 25, foi o diretor de vendas da Friboi Rodrigo Gagliardi, responsável pelo programa Açougue Nota 10. “Hoje o mercado busca, sim, uma carne do animal mais jovem. E não porque o cliente quer o animal daquela idade simplesmente pela idade, isso não tem fim em si próprio. É que a gente sabe que o animal mais jovem tem carne com qualidade, maciez e sabor diferenciados”, disse Gagliardi.

“Isso tem que se refletir em uma carne macia e saborosa e, tecnicamente, existem parâmetros na pecuária que o produtor consegue trabalhar, se organizar em sua fazenda para entregar o melhor animal ao consumidor”, completou.

Gagliardi reforçou também a influência das boas práticas de produção dentro das fazendas para a qualidade do produto final a ser entregue ao consumidor. “A gente precisa ter a cadeia toda de uma maneira sustentável. Ao chegar o boi e daí a ele ser processado, se a gente encontrar um hematoma, uma vacina, isso acaba se tornando um problema. Então fica o recado para os nossos amigos produtores estarem acompanhando a vacinação para que ela tenha o menor efeito possível desse tipo de sinal na carne porque você não consegue fazer um balcão bonito de carnes se receber uma peça que tenha problema desse tipo”, advertiu.

Veja a entrevista de Rodrigo Gagliardi ao Giro do Boi desta quinta: