MS inaugura delegacia especializada em abigeato e crimes rurais

Delegado titular destacou o que o produtor ganha com o lançamento da unidade e informou os canais de atendimento ao público com sigilo absoluto garantido

O estado de Mato Grosso do Sul inaugurou ao final de setembro a sede da Deleagro, Delegacia de Combate a Crimes Rurais e Abigeato. A unidade, localizada na capital Campo Grande, deve acelerar as investigações de crimes de subtração de patrimônio do produtor rural, por exemplo, insumos, produção agrícola e gado.

Conforme justificou o delegado titular da especializada, Mateus Zampieri, a unidade foi criada para dar atenção especial ao setor que é o carro-chefe da economia do estado.

Zampieri concedeu entrevista à equipe de reportagem do Giro do Boi, um conteúdo que foi exibido no programa desta sexta, dia 05.

PÚBLICO-ALVO

Primeiramente Zampieri destacou quem será beneficiado pelos serviços da Deleagro. “Ela é uma delegacia como qualquer outra unidade para atendimento ao público, um registro de boletim de ocorrência, tirar uma dúvida. A Deleagro está de portas abertas para atender qualquer tipo de ocorrência”, confirmou.

Contudo, o foco principal de atendimento da especializada será, de fato, o produtor. “O nosso público-alvo principal de atendimento é o produtor rural, é o homem do campo, é quem cuida do agronegócio”, ressaltou.

COMPETÊNCIAS

Logo depois, o delegado titular da Deleagro esclareceu as competências e a área de atuação da unidade.

“A Deleagro tem a atribuição para cuidar, via de regra, do patrimônio do agricultor, do homem do campo. Então ela tem uma atribuição nos crimes de abigeato, que seria o furto, o roubo de gado, principalmente, que é a nossa maior produção aqui, acima de 50 cabeças”, salientou.

“Então, onde houver um furto acima de 50 cabeças de gado, a atribuição é da Deleagro. Equipamentos, insumos, defensivos, quando atingir um valor aproximado de R$ 80.000,00”, completou.

Porém, ressaltou Zampieri, a Deleagro também vai acompanhar as demais ocorrências que acontecem na zona rural. “Então o fato de não atingir esse patamar não quer dizer que a Deleagro não vai estar dando atenção também para essa ocorrência junto com a delegacia da área (de qualquer município) diariamente”, apontou.

“Crimes que por vezes não atingem esses valores, mas que começaram a ser recorrentes em determinadas regiões vão ter a nossa atuação, sem dúvida, essa repressão da Deleagro”, afirmou.

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NOVIDADES

Ao passo que o combate a esse tipo de ocorrência nunca tenha sido deixado de lado, a criação da delegacia especializada em abigeato e crimes rurais traz um reforço para a agropecuária, disse o delegado titular da Deleagro.

“Visa justamente trazer uma expertise maior para a investigação desses crimes, trazer um banco de dados, trazer uma reunião de elementos onde essa unidade (delegacia local) não vai estar preocupada em combater outros crimes, que é o que ocorre no interior do estado”, justificou.

Em outras palavras, Zampieri exemplificou a atuação da delegacia especializada em abigeato e crimes rurais. “Uma delegacia municipal de Itaquiraí vai ter que cuidar de todos os delitos que acontecem na cidade e, inclusive, os crimes rurais. Então, às vezes ela acaba não podendo dar atenção para determinado tipo de delito como gostaria em função da demanda natural que ocorre. E a Deleagro vem com essa atribuição de dar atenção especial ao homem do campo aos crimes que acontecem nas propriedades rurais”, sustentou

“Então a principal diferença para o que não havia antes para hoje é essa especialização no atendimento, essa exclusividade, em que há uma dedicação exclusiva desses policiais para os crimes rurais, passando pela reunião de dados, o setor de inteligência. Agora a gente tem uma compilação de dados em uma única unidade e não pulverizados em todo o estado. Ou seja, com certeza isso vai trazer resultados muito melhores daqui para frente no combate a crimes rurais”, opinou.

REPRESSÃO

Enquanto delegacia da Polícia Civil, a Deleagro não atua exatamente na repressão ao crime por meio das rondas e do patrulhamento, que são tarefas da Polícia Militar.

Nesse sentido, a repressão da delegacia especializada em abigeatos e crimes rurais é usar estratégia e inteligência para reprimir os delitos.

“A Polícia Civil trabalha basicamente na investigação de crimes, trazendo atuação para a parte de prevenção, sem dúvida, agregando, fazendo um papel importante. Mas o papel fundamental da Polícia Civil é a investigação”, diferenciou.

Então, continuou Zampieri, “o investimento em inteligência que foi feito nesta unidade vai trazer um resultado, sem dúvida, enorme para as investigações de eventuais crimes que venham a ocorrer justamente pela nossa especialização, pelo know-how voltado para o agro, já identificando quadrilhas, pessoas que já tem histórico de envolvimento com crimes rurais e mapeando pontos onde determinado tipo de ocorrência esteja acontecendo com maior frequência. E nós vamos poder fazer esse trabalho repressivo de forma mais precisa com maior eficiência”, projetou.

CANAIS DE ATENDIMENTO

Segundo informou Zampieri, todas as unidades de polícia estão aptas a receberem denúncias e abertura do boletim de ocorrência.

“Então o produtor pode procurar a sua delegacia mais próxima para fazer esse registro. Sendo (o registro) uma ocorrência da competência da Deleagro, automaticamente ela vai ser encaminhada para nós”, complementou.

Por exemplo, se o boletim de ocorrência foi registrado “lá em Mundo Novo, e é uma ocorrência que é de atribuição de Deleagro, ele vai ter um primeiro atendimento lá. Ele (denunciante) não precisa se deslocar até Campo Grande, onde está a sede da Deleagro. Ele registra a ocorrência lá e prontamente eles vão dar o primeiro atendimento e já vão nos comunicar de que houve o registro desta ocorrência. A Deleagro já assume naquele momento as investigações”, explicou.

Zampieri informou ainda um número de Whatsapp da delegacia especializada em abigeato e crimes rurais – (67) 9 9225 6397.

“Vocês podem entrar em contato de forma anônima, seja produtor, seja uma pessoa que trabalha em áreas rurais, como representantes comerciais, motoristas, vendedores… Quem estiver circulando e presenciar uma situação atípica, uma situação diferente, pode fazer a denúncia, nos mandar informações. O sigilo é absoluto para contribuir para a segurança no campo, na zona rural” incentivou.

Por último, o delegado falou sobre a importância da preservação da cena do crime ao registrar uma ocorrência. “Se ocorrer o crime, procure preservar o local”, orientou.

Assista a entrevista completa com o delegado titular da Deleagro, a delegacia especializada em abigeato e crimes rurais, inaugurada recentemente em MS: