Pecuaristas "limam" problemas de casco em bovinos no Acre com casqueamento

Custo da prática é considerado relativamente alto para a pecuária da região, mas pode ajudar a diminuir prejuízos, como a redução de até 30% do ganho de peso

O clima quente e úmido do Bioma Amazônico representa tanto oportunidades quanto desafios para a pecuária. Em reportagem da série especial Embrapa em Ação exibida no programa desta quinta, 09, que contém conteúdos gravados na unidade Acre, com sede em Rio Branco, o foco foi para um destes desafios, os problemas de casco, a pododermatite em bovinos.

Os desafios se acentuam nas áreas com solo encharcado durante parte do ano pelo grande volume de chuvas. Assim, as feridas e fendas nos cascos, formadas enquanto o animal caminha para pastejar, junto com a umidade, favorecem a proliferação de bactérias causadoras da pododermatite.

O problema tem solução, seja para tratamento, seja para prevenção, conforme tranquilizou o médico veterinário e mestre em zootecnia Francisco Aloísio Cavalcante, pesquisador da Embrapa Acre.

Uma das soluções encontradas para o problema no estado foi o casqueamento. “Isso é feito anualmente. Agora, na época seca, é que eles fazem esse trabalho para quando chegar a época chuvosa na região os animais apresentarem menos problema. Claro que o pecuarista, ao fazer isso, não vai deixar de existir o problema, ele vai ocorrer, mas em uma proporção bem menor”, ponderou.

+ Embrapa Acre ajuda pecuarista a driblar dificuldades com logística e solo encharcado

Embora o custo do casqueamento seja relativamente alto, os produtores que têm condições podem lançar mão para evitar os prejuízos, como a redução de até 30% do ganho de peso.

No manejo , conforme Francisco apresentou, os produtores fazem com que os animais passem por um pedilúvio com uma solução de água e sulfato de cobre antes de serem contidos para o casqueamento. Segundo o pesquisador, o formol também pode ser usado para aumentar a resistência do casco.

Depois de contido, o animal pode passar por um casqueamento preventivo ou de tratamento, onde pode ocorrer até mesmo a necessidade da extração da unha com uso de anestésico local.

A identificação do problema, segundo Francisco, é relativamente simples, mas requer atenção dos campeiros. “Os próprios peões, normalmente já orientados pelo proprietário, observam se o animal está mancando e já separam esse indivíduo em uma área para fazer a programação desse combate da doença”, reforçou o veterinário.

Francisco chamou atenção também para a separação dos animais do lote quando o problema é identificado para evitar e proliferação das bactérias causadoras da pododermatite, inclusive separando animais recém-adquiridos na propriedade.

Leia também:

+ 10 medicamentos que não podem faltar na farmácia da fazenda

Todas as dicas de prevenção e controle dos problemas de casco pelo pesquisador da Embrapa Acre podem ser vistas pelo vídeo com a reportagem completa a seguir: