Quer evitar o boi sanfona? Siga 4 dicas de planejamento forrageiro no inverno

Se piquetes estiveram livres de plantas daninhas, produtor pode usar quatro estratégias para evitar a degradação de pastagem e a perda de peso do boi na seca

Nesta terça, 02, o zootecnista e gerente regional de marketing de campo da Corteva Agriscience Bernardo Véras trouxe quatro passos do planejamento forrageiro do inverno para o pecuarista evitar a perda de peso do gado em meio à seca.

ADUBAÇÃO
De acordo com Véras, a adubação compensa parte das perdas que a forrageira sofre com a seca do inverno. Dando boa condição ao solo, retornando macro e micro nutrientes, a produção de matéria verde pode ser reforçada.

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TAXA DE LOTAÇÃO
O zootecnista disse que adaptar o número de animais na fazenda dá condições para que as pastagens fiquem com sua capacidade de suporte ajustada ao seu potencial verdadeiro. Para fazer isto, o pecuarista pode usar ferramentas como arrendamento, venda programada, confinamento ou semiconfinamento.

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SUPLEMENTAÇÃO
A suplementação do gado a pasto supre as necessidades nutricionais dos animais que o pasto não consegue durante o inverno.

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VEDAÇÃO DE PASTO
A vedação de pasto, ou diferimento, pode ser feito do meio do período das águas para o final (portanto poucas regiões do país conseguem fazer neste momento. Para fazendas médias ou grandes, separar uma destas áreas diferidas para fazer rotacionado também ajuda a adaptar a taxa de lotação e consegue manter os animais por um período maior sem perda de peso.

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“Ele pode estar planejando uma boa adubação, número de animais reduzido na fazenda, uma suplementação e o pasto diferido ou um rotacionado para estar se planejando nesta entrada de período de seca”, frisou.

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O especialista partiu de um ponto em que os produtores têm boas condições de pastagens, sem a competição das plantas daninhas. Do contrário, fez recomendações aos produtores para diminuir a chamada matocompetição. “Os pecuaristas não fazem esse tipo de mensuração (medir a matocompetição), diferente do agricultor, e a gente tem que ser realista. Então aqui é um exemplo clássico que a gente faz normalmente nos nossos dias de campo para mostrar o quanto que é valioso o uso do herbicida”, falou Véras, comentando um levantamento que comparou a produção de capim em área com e sem planta daninha.

“A gente usou um herbicida no método do quadrado, que é um método tradicional, muito antigo, separar um metro quadrado e colhe tudo o que tem dentro dele. A gente separa o que tem de forrageira e separa o que tem de plantas daninhas […]. Quando a gente usou herbicida neste metro quadrado, a gente conseguiu produziu 1.240 gramas de forrageira. Quando a gente não usou herbicida, a gente produziu 520 g. A gente fez aquele cálculo da taxa de lotação e a gente consegue colocar 2,8 UA/ha quando a gente usa herbicida contra 1,2 UA/ha quando a gente não usa herbicida. Tem um acréscimo de 133%. Então a gente conseguiria colocar 1,6 UA/ha a mais quando a gente usa herbicida em relação a quando não usa”, calculou.

O especialista fez a conversão deste desempenho em resultado financeiro para o produtor. “Lembrando que 1 UA é 450 kg. Se a gente pegar 1,6 UA/ha vezes 450 kg, a gente tem 720 kg de carne. Dividindo por 30, que é uma arroba de peso vivo, a gente coloca 24 arrobas a mais quando a gente usa herbicida durante o ano. Multiplicando isto pelo valor da arroba, de R$ 191,00, que foi o preço de ontem (01/06/2020) em São Paulo, a gente vai ter um acréscimo durante o ano de R$ 4.584,00. Se a gente dividir por doze, a gente tem um acréscimo de R$ 382,00 por mês só usando herbicida”, informou Veras.

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Veja a entrevista completa com o zootecnista no vídeo a seguir: