Vale a pena “bater” o sal mineral na própria fazenda?

Ademar Leal, presidente da Asbram, afirma que somente o “volume” justificaria os investimentos do fazendeiro em optar por produzir ração para semi-confinamento (piquetão) ou o confinamento em si.

Nesta quinta-feira, 14, o presidente da ASBRAM – Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais, Ademar Leal, tirou várias dúvidas dos telespectadores em relação à viabilidade ou não de se fazer a mistura do sal mineral na propriedade, por conta própria. Durante entrevista ao Giro do Boi, Leal explicou as vantagens e desvantagens do produtor optar por esse tipo de procedimento. Segundo ele, somente o “volume” justificaria os investimentos do fazendeiro em optar por produzir ração para semi-confinamento (piquetão) ou o confinamento em si. “No caso do sal mineral fornecido ao rebanho, eu não recomendo”, explicou o lado negativo em se preparar o insumo quando o pecuarista oferecer apenas os micro e macro nutrientes ao gado sem o uso de grãos.

Em um artigo publicado recentemente pela Scot Consultoria, escrito pelo pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Sérgio Raposo, o especialista elencou vários aspectos em que o produtor rural deveria estudar antes de tomar a decisão de produzir o sal na propriedade. O artigo apresenta inúmeras desvantagens como a necessidade de se ter uma mão-de-obra qualificada para tocar o negócio, o acompanhamento técnico capacitado para garantir a eficácia do produto, os investimentos em maquinários e os custos com a depreciação (sódio deprecia com rapidez as máquinas), o know how já dominado pelas indústrias de suplementos estabelecidas no mercado, etc. Isso tudo, sem contar os problemas com a “pirataria” que ainda persistem no Brasil e com uma profunda reflexão econômica com a planilhas de custos completa, algo não abordado pelo pesquisador no artigo, o que orienta o pesquisador Raposo a desestimular quem pretende fazer a prática.

Ademar Leal também trouxe boas notícias para o segmento de suplementos minerais ( ASBRAM representa 70% das indústrias de suplementos do Brasil). Segundo ele, no acumulado do ano em relação à 2018, há um incremento nas vendas de suplementos da ordem de 10%. “É um cenário bem mais positivo que no ano passado por causa dos sérios problemas como a greve dos caminhoneiros e o aumento do dólar e, consequentemente, aumento dos custos da matéria prima”, disse. Em 2018, a ASBRAM registrou um crescimento de 2,8% no volume de suplementos comercializados em relação ao ano anterior. Outra boa notícia trazida pelo Ademar Leal foi a confirmação, por parte da Petrobrás, da manutenção da produção da fábrica de uréia da estatal no Paraná. Segundo ele, a Petrobrás vai manter a indústria produzindo o insumo, importantíssimo para o produtor rural, até ser concretizada a sua privatização.

Confira, abaixo, a entrevista completa do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais – ASBRAM, Ademar Leal: