Com qual raça devo iniciar meu plantel de gado leiteiro em Caldas Novas-GO?

Criador quer produzir 20 litros por cabeça com plantel de 100 vacas em 12 hectares de pasto irrigado com reforço de silagem de milho; será que vai dar certo?

O criador André Luiz, de Goiânia-GO, quer começar a criar gado leiteiro na região de Caldas Novas-GO. Ele pensa em formar piquetes em 12 hectares irrigados e ainda produzir milho para silagem em outros oito hectares. Nesse sentido, ele perguntou se vai conseguir produzir 20 litros de leite por cabeça ao dia, lembrando que seu plantel deverá ter cerca de 100 vacas. Além disso, quer saber também qual raça é a melhor para o sistema: Holandês ou Jersey.

De acordo com o zootecnista Guilherme Marquez, gerente nacional de produto leite da Alta Genetics, o primeiro passo para o produtor iniciar sua jornada é entender que a criação de gado leiteiro exige muito conhecimento e dedicação. Por isso, o pecuarista abre mão de muitas coisas, mas estará inserido numa atividade prazerosa e lucrativa. Então, o empreendedor deve compreender a sua aptidão para o negócio de produzir leite.

Depois disso, antes ainda de adquirir qualquer animal, o criador de gado leiteiro deve consultar um técnico para desenhar o sistema de produção mais adequado, planificar as etapas como projeto de ordenha, capacidade de água, capacidade de investimento para seguir adiante.

PASTO IRRIGADO E SILAGEM DE MILHO

Em seguida, Marquez respondeu a dúvida propriamente dita do telespectador. O zootecnista estimou que é possível criar de sete a até 15 cabeças de gado leiteiro por hectare de pasto irrigado, desde que a escolha da forrageira e o manejo dos piquetes seja bem feito.

Quanto à silagem de milho, é possível colher 40 toneladas em duas safras em cada hectare irrigado, projetou Marquez. Ao todo, então, seriam 320 toneladas por ano. Conforme calculou o zootecnista, uma vaca come até uma tonelada de milho por mês em confinamento. Contudo, no caso do pecuarista goiano, a estimativa é usar 10 kg de silagem por dia para complementar a forragem.

A partir deste cálculo, Marquez projetou que é possível ordenhar 20 kg de leite diários. Nesse caso, o último fator limitante é a genética. As vacas deve ser registradas, com genética conhecida, com bom histórico na linhagem para alcançar a produtividade desejada.

Na área de Caldas Novas-GO, por exemplo, ao invés de Jersey ou Holandês, Marquez recomendou a criação do Girolando. O bimestiço se desenvolve bem na região de clima mais seco e desafiador, além de ter maior oferta de criatórios de genética na região.

Em resumo, o zootecnista lembrou que o sucesso do sistema de produção vai depender do desenho do projeto para alcançar os melhores resultados.

Por fim, assista aqui a resposta completa do especialista:

Foto: Reprodução / Embrapa