No Giro do Boi Responde desta sexta-feira, 11, o produtor atendido foi Rogério Vieira, de São Romão, em Minas Gerais. Ele quer saber como construir um bebedouro com pneu e se a estrutura é melhor do que a de alvenaria.
O médico veterinário Fernando Loureiro atendeu o telespectador e apontou os tipos de pneus que podem ser transformados em bebedouro.
“Este é um pneu de caminhão convencional, das carretas de estradas para vocês verem que tem diferenças de tamanho. Ele é muito pequeno para ser um bebedouro para animais de produção, a não ser que seja um piquete de tropa, um piquete de vacas leiteiras e para menos de uma dezena de animais”, especificou.
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“Aí a gente já tem alguns pneus que vão aumentando de tamanho. Esse, no caso, é daquelas carretas de transporte de cana em usina, que vão para a plantação e voltam trazendo a cana para ser esmagada. Esse pneu tem vários tamanhos, mas ele é um pneu agrícola, mais fino. Vocês vão poder ver que ele não é radial, então não tem aço na beirada, ele é mais flácido para você processar o corte”, informou.
COMO FAZER O CORTE?
“A gente recomenda tanto nos pneus agrícolas, dos tratores da fazenda que são descartados, que você faça um corte lateral, mas deixando uma borda para que os animais se apoiem para poder apoiar o peito, a barbela, e beber água sem que o bebedouro ceda e a água escorra para fora. Deixando essa borda, esse corte pode ser feito com faca bem afiada, com canivete e até mesmo com estilete. É simples porque é fina a borracha e não tem aço”, instruiu.
No entanto, com os pneus gigantes não é possível transformá-los em bebedouros dentro das fazendas. “Esses pneus maiores, ditos gigantes, de equipamento de mineradoras, principalmente, pás carregadeiras, caminhões, Caterpillar e outros veículos fora de estrada muito grandes, eles já são pneus radiais com aço e são muito grossos, muito brutos. A gente tem um equipamento próprio para fazer esse corte de forma uniforme. Tem que cuidar sempre com essa camada de aço, essa parte mais clara que vocês veem, que tem oito camadas de aço. Ele tem que ser lixado para que não sobre aquelas ferpas do arame para espetar a mão do peão”.
O PNEU FUROU? NÃO PRECISA DE “ESTEPE”
“E para todos os bebedouros de pneu, a gente recomenda que você tome o cuidado para possíveis cortes, furos, um prego, um parafuso, uma barra de ferro que atravessou, algum dano, e fazer esses reparos. A gente faz com borrachão mesmo, manchões de borracha parafusados para assegurar que não ocorra o vazamento de água. E aí ele se torna um bebedouro que é um recipiente que armazena bem a água, que não oferece nenhum risco para os animais”.
Á ÁGUA DO BEBEDOURO DO PNEU PODE SER TÓXICA?
“É importante salientar que os pneus não são considerados tóxicos para os animais. Eles não recebem nenhum metal pesado na sua composição que possa vir a ser liberado em água, como alguns chegam a pensar. O pneu não vai liberar mercúrio ou chumbo, cádmio, obviamente, porque eles não existem na composição do pneu. O pneu é feito à base de borracha natural extraída do látex, a borracha das seringueiras, e a borracha sintética, feita de óleos derivados de petróleo. Também entram na sua composição carbon plec, o aço, mas nada disso será liberado na água. O pneu vai ser utilizado durante muitos e muitos anos sem oferecer dano, desde que seja manejado como em qualquer outro bebedouro, seja de latão, de chapa metálica, de concreto, de cimento: lavado com bastante frequência. A gente sempre vai frisar aqui a importância de estar lavando o bebedouro”, sustentou.
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VANTAGENS
“O pneu tem ainda vantagem de ser um isolante térmico, então nos dias muito quentes, ele vai manter a água mais fresca, nos dias muito frios, vai manter a água numa temperatura mais amena, mais agradável aos animais. […] A instalação no campo é muito simples, a gente recomenda vedar esse fundo tanto nos pequenos quanto nos grandes pneus, fazendo um tampão com cimento, areia e pedra, feito no próprio local”.
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Confira as considerações de Fernando Loureiro sobre os bebedouros de pneus no vídeo na sequência:
