Como criar um plano de cargo e carreira para os funcionários da fazenda?

Consultora dá exemplos práticas de como pecuarista pode criar plano de cargo e carreira a fim de fidelizar e reter os principais talentos em sua propriedade

Na edição do quadro “Gestão de Pessoas na Fazenda” que foi ao ar nesta sexta, 14, a pedagoga, jornalista e consultora em gestão de pessoas e desenvolvimento humano em empresas rurais na Destrave Desenvolvimento Jacqueline Lubaski explicou a importância do gestor desenvolver um plano de cargo e carreiras para os colaboradores de sua fazenda.

Segundo Lubaski, o objetivo é oferecer perspectiva de crescimento para os funcionários, para que eles identifiquem até que ponto podem evoluir e se sintam motivados para alcançar os objetivos. A consultora reforçou que o plano de cargo e carreira serve ainda como ferramenta para também para reter os talentos da propriedade.

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“Um plano de cargo nada mais é do que […] esclarecer os níveis para o funcionário saber que existe espaço para crescimento vertical e também horizontal”, sintetizou.

A especialista informou que não há regras rígidas de como um plano de carga e carreira deve ser formatado, sendo importante que esteja alinhado com a cultura organizacional da propriedade.

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“Não existe esta regra. A regra é sua. Você cria a identidade da sua fazenda da mesma forma que a gente apontou a importância de se criar missão, visão e valores. Automaticamente você vai criar um plano para as pessoas compreenderem quais são os espaços que elas podem ocupar e crescer sucessivamente”, disse Lubaski.

A consultora ofereceu um exemplo prático de um plano de crescimento vertical para vaqueiros, por exemplo, que podem se dividir em Vaqueiro Nível 1 para aqueles que estão começando a profissão e/ou ainda não tem capacitação técnica, Vaqueiro Nível 2, a ser oferecido àqueles que foram se capacitando e evoluíram em desempenho, e Vaqueiro Nível 3 para os que têm, além da capacitação e experiência, alguma história na propriedade e podem contribuir na gestão, preenchimento de planilhas, etc.

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“Já o crescimento horizontal é aquele que leva em consideração escolaridade, assiduidade, um reconhece um profissional que está na fazenda há cinco anos, por exemplo, e pode ganhar 5% a mais em cima do salário base. Ou seja, a pessoa que acabou de chegar na fazenda não vai estar no mesmo patamar daquele que chegou antes, independente se a experiência dele for a mesma. Isso faz com que a pessoa se sinta um pouco mais valorizada”, ilustrou Jacqueline.

A consultora disse que este é um motivo recorrente de reclamações dos funcionários das propriedades em que presta seus serviços, o que pode ser um fator que reduz a motivação da equipe. Às vezes eu chego em fazendas que os colaboradores falam que estão trabalhando lá há dez anos e o vaqueiro que entrou ontem ganha igual a ele. Talvez o novo profissional até mereça, pela experiência, mas às vezes aquele mais antigo está ali, se doando para você, e ele deve ser bom porque está há cinco, dez anos com você e não foi mandado embora. Então você tem que valorizar, tem que fazer algo para que ela se sinta inserido e pense que vale a pena continuar na empresa”, avaliou.

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Lubaski acrescentou que o plano de cargo e carreira pode ser simples, até para facilitar a compreensão da equipe de colaboradores, identificando as possibilidades de crescimento e evolução na vida profissional e pessoal. “A gente só se sente feliz quando a gente se sente realizado e a realização vem de se sentir desafiado todos os dias”, concluiu.

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Assista a edição do quadro Gestão de Pessoas na Fazenda desta sexta, 14, no player a seguir: