Como fazer cruza rotacional e terminal com gado britânico, continental e bimestiço?

Criador quer saber como manter o cruzamento rotacional com raças britânicas para seguir repondo as fêmeas e quando usar o continental ou bimestiço no cruzamento terminal

O criador Renato Moura, de Belo Horizonte, capital mineira, enviou ao Giro do Boi sua dúvida sobre cruzamento para gado de corte. Ele disse que quer saber como usar raças britânicas no cruzamento rotacional, combinando com raças continentais ou bimestiças para o cruzamento terminal, ou seja, nesse caso abatendo tanto machos como fêmeas.

“Sua pergunta é interessante porque vem ao encontro da base que a gente sempre preconiza sobre o uso de raças”, aprovou o zootecnista Alexandre Zadra, supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, autor do blog Crossbreeding.

“As raças britânicas são muito boas para se fazer bons bezerros. As fêmeas foram selecionadas para produzir um bezerro por ano, todo ano, foram selecionadas para emprenhar cedo e ter boa habilidade materna. Então você fará bom uso das raças britânicas para poder fazer suas fêmeas meio-sangue e, depois, num sistema rotacional utilizar uma raça tropical sobre a F1”, exemplificou.

O especialista explicou como o criador pode manter o cruzamento rotacional entre zebuínos e britânicos para continuar repondo o plantel de fêmeas de sua fazenda. “Para você fazer um cruzamento rotacional bom para o Brasil tropical, você precisa sempre usar raças em que a matriz segue sendo uma boa matriz, ou seja, com pelo curto. […] Se você tiver fêmeas Nelore, ou Zebu, você usa um Angus ou Hereford. Depois, sobre essa meio-sangue, você pode voltar com um zebuíno de parto fácil, se for uma novilha F1 Hereford x Nelore ou Angus x Nelore. Na sequência, sobre essa (¾) Zebu, se você voltar novamente com um europeu, um britânico, que seja, para fazer uma matriz, você vai fazer uma fêmea ⅝ europeu. No Brasil tropical, ela tem um pouco de pelo, ela perde pelo no verão e ganha pelo no inverno, na época de carrapato. E esse animal ⅝ sofre um pouquinho mais do que o meio-sangue ou do que o animal tropical. Então a gente tem que tomar um pouco de cuidado para definir a raça a ser utilizada sobre essa ¾ Zebu no sistema rotacional”, ponderou.

Na sequência, Zadra comentou quando usar raças continentais e bimestiças para fazer sobre as matrizes o cruzamento terminal. “Quanto ao uso de raças continentais ou bimestiças no cruzamento terminal, é excelente. […] Se você for fazer um animal superprecoce, em que você vai desmamar e levar ao cocho diretamente, você pode usar um europeu sobre essa F1, vamos dizer um Simental ou um Charolês. […] Mas se você for fazer um animal para ser recriado no pasto, ou vender para quem vai recriar no pasto, os bimestiços são uma boa escolha, como Canchim, ou mesmo o Braford e o Brangus, caso você ainda não tenha usado essas raças na base que você fez F1”, indicou.

+ Como funciona o cruzamento industrial rotacionado?

Como devo cruzar o Angus na minha fazenda? Zadra responde!

Touro Braford dá certo em vaca F1?

+ 61 arrobas em 64 meses: conheça o potencial de desfrute do cruzamento terminal

+ Por que começar a monta com cruzamento terminal é erro para quem quer repor matrizes?

Qual é a sua dúvida sobre cruzamento para gado de corte? Envie para o programa no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Confira pelo vídeo a seguir a resposta completa do zootecnista Alexandra Zadra: