Como identificar o início da degradação de pasto e evitar o alto custo da reforma?

Agrônomo explicou que a detecção precoce da degradação do pasto pode evitar o investimento em uma reforma completa, mais cara que a mera recuperação

No Giro do Boi desta segunda, dia 14, o engenheiro agrônomo Lucas Maraia de Souza, agrônomo de campo da Corteva Agriscience, falou sobre a identificação dos estágios iniciais da degradação de pasto para evitar o custo maior de investimento com a reforma completa.

“(A degradação) É um processo evolutivo de perda de produtividade, de rigor da forrageira”, ressaltou. “Os fatores que sempre levam à degradação da pastagem são vários. Na hora da formação, da renovação da pastagem ou na reforma, a gente ter um material genético de qualidade. Tudo começa desde a formação da pastagem. Depois a gente tem a falta das medidas conservacionistas também, como superpastejo, a infestação agressiva de plantas daninhas e uma parte também que pode elevar muito (a força da forrageira) é adubação. Sempre falo da seguinte forma: a gente sempre tem que repor o que o gado extrai. Então se acaso chega um ponto de o gado só extrair, e a gente não repor estes nutrientes no solo, vai resultar numa pastagem sem capacidade de manter o número mínimo acessível de animais por área”, alertou Souza.

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“Vai chegar em um ponto que, por mais que tenha vedação do pasto, esta recuperação, esta rebrota da planta forrageira vai ser muito lenta. O gado vai demorar muito mais para poder engordar porque está faltando matéria prima para ele”, explicou o agrônomo.

“Já quando a gente pensa em recuperação, é a melhor maneira. Economicamente seria mais viável, quando a gente pensa em recuperar. De preferência, quando a gente vai fazer recuperação, deve ser sempre nos estágios iniciais, a fase em que o processo está mais fácil, envolve menos tempo e risco. Quando a gente eleva aí para a reforma, o custos do investimento são muito mais elevados e você tem um período mais longo para poder recuperar esta pastagem”, comparou.

“A melhor maneira (para identificar se há degradação) é sempre a gente fazer uma avaliação da área, sempre analisar realmente se é viável a gente fazer a recuperação desta pastagem ou ter que partir para a reforma, da renovação da pastagem. A gente tem que analisar como um todo: se tem muita planta daninha, se tem estande de capim suficiente para poder recuperar esta pastagem. São vários fatores que influenciam muito, quando a gente tem uma degradação muito elevado, muito forte já, a única maneira seria realmente um reforma”, detalhou.

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O agrônomo alertou até para a degradação mais agressiva do pasto, em que a área começa a voltar para o seu bioma natural – e então a recuperação ou reforma do pasto torna-se muito mais burocrática, uma vez que poderia ser considerada por órgãos ambientais como desmatamento ilegal detectado por meio de imagens de satélite.

“É interessante a gente ver que quando chegar numa degradação muito agressiva, a área começa a voltar ao seu bioma natural. É o que eu quis dizer com regeneração do bioma. Então a gente percebe que era uma área de pastagem e com a degradação muito agressiva, ela voltou ao seu bioma natural”, indicou.

O especialista falou ainda sobre a nova tecnologia, recém-lançada pela companhia, para auxiliar o produtor com a recuperação da área, que é a linha de herbicidas Ultra-S. “É a nossa ferramenta hoje, que a gente está trazendo para a nossa pecuária, para a nossa produção toda que nós temos aí no nosso agro. É uma ferramenta sensacional no combate às plantas daninhas”, classificou.

Exemplo de área que pode ser recuperada a partir do herbicida.

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Assista a entrevista completa com Lucas Maraia de Souza no vídeo abaixo: