Como incentivar o “toró de parpite” e como a prática melhora o resultado da fazenda

Brainstorming, chuva de ideias ou “toró de parpite”: especialista aponta por que pecuarista deve incentivar o processo dentro das porteiras

Dentro da porteira, mas fora da casinha. Assim pode ser resumida a prática do brainstorming, termo que na tradução livre do inglês para o português significa chuva de ideias e que, no campo, é conhecido como “toró de parpite”.

No quadro Gestão de Pessoas na Fazenda desta sexta, 18, a pedagoga, jornalista e consultora em gestão de pessoas e desenvolvimento humano em empresas rurais na Destrave Desenvolvimento, Jacqueline Lubaski, argumentou que a prática deve ser incentivada nas fazendas de forma a reforçar laços entre os colaboradores e seu comprometimento com a realização de tarefas que levam ao melhor resultado da propriedade rural.

“O que seria e qual a importância dessa palavra na minha fazenda? Essa palavra, o toró de parpite, como a gente chama o brainstorming é, na verdade, chuva de ideias para você resolver qualquer tipo de problema”, apresentou.

“Às vezes o dono da fazenda chega já com a ideia pronta e acabada, mas a dica de hoje é extremamente importante. Quando você quiser criar algo novo dentro da sua propriedade e que tenha um comprometimento maior das pessoas […] junte as pessoas ali, pode ser na baia, no curral, no barracão ou até mesmo embaixo de uma árvore num momento de descanso no meio do campo, enquanto você está vendo aquelas imagens maravilhosas do campo, aqueles animais bem cuidados. Vocês se juntam ali e começam a trocar ideia. Use o ‘computador de bolso’, aquela cadernetinha, e comecem a conversar o que vocês acham que poderiam fazer na fazenda para resolver determinado problema. E aí você começa a anotar e, por mais que surjam ideias loucas e mirabolantes, você segue anotando. No final, a gente verifica com estas pessoas quais destas ideias fazem mais sentido”, detalhou.

Conforme respaldou a consultora, o momento é de reconhecimento aos colaboradores que podem conhecer o problema muito mais de perto do que o gestor ou o proprietário. “O colaborador conhece 100% do problema e, às vezes, você perde esta chance de conhecer e entender os problemas que existem ali dentro da sua propriedade. E ele vai conseguir virar a chave e resolver com mais facilidade.

“Eu sempre digo pra você, por exemplo, capataz e gerente: não precisa da ideia sair de você. O ideal é que ela saia. E se sair da equipe, o comprometimento é muito maior. Então é uma ideia que se você souber usá-la, você vai ter resultados às vezes que você nem imaginava”, projetou.

Lubaski ressaltou também a importância do reconhecimento, dos créditos para quem teve a ideia no “toró de parpite”. “Quando a ideia surgir, você, capataz ou gerente ou até mesmo o proprietário, parabenize! Incentive esta pessoa que deu esta ideia porque isso vai fazer a grande diferença. Tem fazendas que eu já visitei que uma ideia era tão boa que a gente trouxe a empresa que fabricou a máquina que teve um problema e foi consertada para eles conhecerem a ideia”, exemplificou.

Lubaski inclusive sustentou que a prática funciona independente do grau de escolaridade dos colaboradores. “Não é isso que faz a grande diferença, é o conhecimento, a vivência, a experiência dele na fazenda, que está no dia a dia da lida do campo. Ele sabe exatamente o que poderia ser feito para resolver e, às vezes, esse profissional não é ouvido. Então ouça estas pessoas. Quando a gente tem fazendas que sabem ouvir o seu colaborador, os resultados dela são melhores e a resolução dos problemas é mais rápida”, relatou.

Além de a fazenda melhorar seu resultado, o sentimento do funcionário que fez sua contribuição ajuda a mantê-lo motivado, acrescentou a especialista. “Se ele se sente realizado e inserido no negócio, o comprometimento dele é muito maior”, concluiu.

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