Confinamentos substituem o “self-service” pelo “prato feito”

Para equilibrar desempenho e custos de produção, fazenda construiu própria fábrica de ração e sucesso da iniciativa resultou na criação de nova empresa para o grupo

Os sistemas intensivos de pecuária de corte exigem mais da gestão por conta do aumento dos riscos. Daí a importância de equilibrar o desempenhos dos animais em confinamento com custos de produção para garantir a margem da operação. No interior de São Paulo, na região do município de Altair, a Agropastoril Paschoal Campanelli percebeu a importância deste processo e, em 2016, construiu a própria fábrica de ração para assegurar que ao invés de uma dieta “self-service”, com comida disponibilizada no cocho com menos controle, o gado receba o “prato feito”, ou seja, uma ração que contém, precisamente, os ingredientes que necessitam para atingir peso desejável no tempo programado de engorda.

Nesta quarta, 18, o Giro do Boi exibiu reportagem gravada dentro da fábrica de ração no interior paulista. O sucesso do investimento viabilizou inclusive a criação de uma nova empresa para o grupo, a Tecnobeef, que hoje fornece dietas intensivas para rebanhos de outras propriedades. “A gente está atendendo cerca de 170 propriedades no Brasil todo. Hoje ainda o maior cliente é a Agropastoril (Paschoal Campanelli), mas representa em torno de 25% do volume (de produção) da Tecnobeef. E estamos em expansão, estamos crescendo porque a gente vê no mercado um nicho que tem muito a crescer”, projetou o zootecnista da empresa Samuel Voltolino.

A fábrica produz ração a partir de até 40 matérias primas, que variam conforme sazonalidade, a disponibilidade do produto na região em determinado momento, e pela demanda de cada cliente, já que a fórmula para cada um é personalizada.

Para garantir que não haja desvios na fórmula, todo o processo é automatizado e os colaboradores, que formam uma equipe enxuta, não têm contato direto com os ingredientes da ração. Este processo garante que a ração fabricada a partir destas dezenas de componentes não tenha um desvio superior a 1% do programado. Softwares de gestão, câmeras e profissionais capacitados para manejar a tecnologia contribuem para o monitoramento da operação, enquanto testes de laboratório confirmam a precisão do produto final. “O foco está na gestão de qualidade, gestão de processos e de fornecedores. […] A gente trabalha com tolerância dentro da automação de 1% na variação da dosagem dos produtos e faz o acompanhamento via laboratório, tanto dos níveis de garantia dos produtos finais como do coeficiente de mistura dos misturadores, então a gente tem uma rotina de acompanhamento destes indicadores”, detalhou

Monitores estrategicamente posicionados mostram os indicadores de desempenhos da fábrica e apontam para onde será destinada a ração depois de ensacada, definindo desde a reposição de estoques do confinamento da Agropastoril Paschoal Campanelli ou para os silos de expedição, de onde seguem para outros clientes.

A Agropastoril Paschoal Campanelli deve concluir o ano de 2019 engordando em confinamento cerca de 75 mil cabeças e, para 2020, tem a meta de alcançar 100 mil animais terminados no confinamento.

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Veja a reportagem completa pelo vídeo abaixo: