Diferenças entre confinamento, semiconfinamento e terminação intensiva a pasto

Gerente global da Nutron Pedro Veiga esclareceu dúvidas sobre nutrição, custos, taxa de lotação, genética, estruturas, entre outros tópicos do tema

O que define os conceitos de semiconfinamento, confinamento e terminação intensiva a pasto, ou TIP? O Giro do Boi convidou um especialista no assunto para tirar as principais dúvidas dos produtores, que estão relacionadas a nutrição, manejo de água, taxa de lotação, estruturas, uso da genética do gado cruzado, resgate de bezerros ou novilhas, tipos de pastagens, irrigação, custos e tempo de engorda.

“O semiconfinamento nada mais é que a terminação dos animais em sistema a pasto, então os animais permanecem a pasto, eles têm livre acesso ao pasto. Eles recebem uma suplementação com concentrado no cocho para obter o desempenho que a gente espera de um animal em terminação. Então o semiconfinamento tradicional que a gente fala é aquele sistema em que os animais a pasto recebem uma quantidade de concentrado equivalente a aproximadamente 1% do peso vivo. Vamos lá: um boi de 400 kg vai estar comendo 4 kg de concentrado por dia. Normalmente este concentrado é fornecido uma vez por dia quando é o semi tradicional, e 1% do peso vivo em ração”, disse ao Giro do Boi nesta quarta, 29, o zootecnista formado na Universidade Federal de Viçosa, mestre, doutor e pós-doutor pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, Pedro Veiga, gerente global de tecnologia da Nutron, divisão de nutrição animal da Cargill.

Inscrição 3º Webinar Giro do Boi – Boi 777 no Pará

+ O que é necessário para montar um semiconfinamento em minha fazenda?

“A terminação intensiva a pasto (TIP) já envolve um aumento na oferta de concentrado, então esta oferta de concentrado praticamente dobra, ela chega a 2% do peso vivo. Geralmente a gente trabalha com a taxa de lotação bem mais alta na terminação intensiva a pasto do que no semiconfinamento tradicional, porque à medida que o animal come mais ração, ele tem um efeito que a gente chama de substitutivo, ou seja, ele deixa de comer capim para comer mais ração. Então quando eu forneço 2% do peso vivo de um boi em ração, eu posso aumentar a quantidade de animais por área porque a demanda de pasto é bem menor. Ao passo que no semi tradicional, que é 1%, ele depende muito do pasto, então eu tenho que trabalhar com lotação mais baixa”, comparou Veiga.

Pecuarista ainda tem janelas para intensificar a engorda com custo baixo

“E o confinamento tradicional nada mais é do que fechar os animais num piquete, numa baia e fornecer 100% da dieta dele no cocho, ou seja, ele não tem escolha de pastar ou não. Ele vai comer o que ele precisa diretamente no cocho sem acesso o pasto, então resumidamente seriam estas as principais diferenças”, completou.

Boitel ajuda a tapar os gargalos da engorda intensiva para o pecuarista

Retorno do pecuarista com suplementação pode ser até três vezes maior que investimento

Veja todas as dicas de Pedro Veiga em sua entrevista completa no vídeo abaixo. Outras dúvidas sobre o tema podem ser endereçadas ao especialista para o e-mail [email protected].