Estudos comprovam perdas de 6,5 kg de carne/animal por reações vacinais

O levantamento acompanhou 22 fazendas, localizadas na região norte de MT, e revelou as graves consequências da má aplicação dos medicamentos no rebanho. Roça apontou inúmeros fatores como local inadequado da aplicação; seringas e agulhas impróprias e sem assepsia; a pressa dos peões durante o procedimento e a falta de uso de tronco de contenção para garantir uma correta imunização, sem risco para possíveis lesões e abcessos.

Em entrevista ao Giro do Boi desta quinta-feira, 21, o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/UNESP – Botucatu, SP), Roberto Roça, trouxe um alerta aos pecuaristas brasileiros para esse período pré campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa que são as graves consequências ocasionadas pelas reações vacinais. Um estudo coordenado pelo doutor em tecnologia de alimentos em parceria com a Acrimat – Associação de Criadores de Mato Grosso -, apontou que uma carcaça chega a perder até 6,5 kg de carne por causa dessas reações, principalmente da vacina contra a aftosa. O levantamento acompanhou 22 fazendas, localizadas na região norte do estado, e revelou as graves consequências da má aplicação dos medicamentos no rebanho. Roça apontou inúmeros fatores como local inadequado da aplicação; seringas e agulhas impróprias e sem assepsia; a pressa dos peões durante o procedimento e a falta de uso de tronco de contenção para garantir uma correta imunização, sem risco para possíveis lesões e abcessos. “Nós estamos falando de prejuízo que pode chegar a quase meia arroba de uma carcaça, isso é grave”, disse o especialista.

Embora o levantamento tenha sido feito em 2013, envolvendo 1.012 bovinos, divididos em 19 abates, o problema é recorrente e vale continuar alertando o pecuarista nesse momento que antecede a primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Febre Aftosa que vem com novidades. Ao ser questionado sobre essas mudanças, Roça explicou que é a favor da retirada da saponina na fórmula da vacina e da redução de 5 para 2ml. Segundo ele, isso deve ajudar, de certa forma, a diminuir as incidências das lesões, mas não é tudo. “O pecuarista precisa capacitar a sua equipe e ficar atento para questões básicas de boas práticas de vacinação. Somente assim poderemos reduzir os prejuízos causados pelas reações”, alertou.

Confira, abaixo, a entrevista completa do professor Roberto Roça: