O que eu preciso conhecer sobre a forrageira para melhorar o manejo de pasto?

Estrutura da planta, sobra foliar, momento certo de inserção e retirada do gado do piquete: entenda como estes processos fazem diferença na produtividade da pecuária

A produção de capim é um dos grandes diferenciais da pecuária brasileira por oferecer um alimento rico e barato para o rebanho. E embora o clima tropical potencialize este ciclo das forrageiras, o produtor precisa estar atento a alguns processos para aproveitar toda esta capacidade. Mas por enquanto ainda é baixo o percentual de pecuaristas que fazer um bom manejo de pasto e, por isto, ele pode “mudar a história deste país” calibrando seus processos. Foi o que indicou em um dos episódio do quadro Pastagem de A a Z o engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária Wagner Pires.

Wagner listou uma série de dicas para o produtor ajustar seu manejo de pasto. A primeira delas, “a regra número 1”, disse o consultor, é entender a estrutura do capim, da planta, desde raiz, talo e folhas, para saber como a forrageira produz seus perfilhos e onde estão suas reservas de nutrientes.

Compreender esta questão é fundamental para perceber a importância do período de descanso para as plantas. O produtor deve retirar os animais dos piquetes com uma sobra foliar de cerca de 50%. Isto é essencial para que, com as folhas que sobraram, o capim possa fazer fotossíntese e recuperar todo o seu vigor. A taxa de crescimento média de uma gramínea é de 2 cm ao dia e, portanto, em cerca de uma semana em condições normais de tempo em meio à safra e com solo devidamente adubado, em uma semana o pasto já cresceu o suficiente para voltar para o rodízio.

Neste ponto, Pires lembrou que só é possível colher os resultados do bom manejo de pastagem fazendo a sua divisão em piquetes. É o único modo de controlar quais áreas receberão gado para o pastejo e quais devem descansar para se recuperar e evitar degradação.

Ao fim de cada safra, ou seja, com o fim das chuvas, o agrônomo acrescentou que é necessário fazer adubação da pastagem. Isto deve ocorrer porque nas chuvas, com uma frequência intensa entre pastejo e recuperação, as plantas são muito exigidas e podem usar reservas das raízes para atender suas exigências metabólicas. Assim, cerca de um mês antes do término da estação chuvosa, é importante que o pecuarista faça uma adubação foliar ou aplique nitrogênio para antecipar a recomposição do capim e evitar seu enfraquecimento ou morte.

Veja no vídeo abaixo a lista de regras do bom manejo de pastagem: