Planejamento forrageiro: o que é e como fazer?

Pesquisadora explicou que desafio do pecuarista é combinar demanda por alimento de seu rebanho com a chamada estacionalidade de produção do capim

Como a pecuária brasileira seja quase 100% baseada na produção a pasto, equilibrar a produção da forrageira com a demanda do rebanho ponderando a menor produtividade do capim no período seco é um dos grandes desafios do produtor.

“Isso que a gente chama de estacionalidade de produção, quer dizer, você tem uma produção maior no período quente que chove e uma produção menor no período que é frio e que chove menos. Equilibrar isto é o grande desafio, então tem uma série de ferramentas que você pode usar para equilibrar essa produção de forragem e alimentar o rebanho o ano todo” descreveu a engenheira agrônoma, mestre e doutora em ciência animal e pastagens Patrícia Menezes Santos, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste.

Em resumo, trata-se de planejamento forrageiro, tema central de mais um episódio da série especial Embrapa em Ação. Veja abaixo os principais pontos para o pecuarista montar este importante processo dentro de sua porteira, garantido o desempenho dos animais e evitando a degradação de suas áreas de pastagens:

– Compreender características da fazenda com base na localização, clima e tipo de solo;
– Qual atividade será exercida: ciclo completo, somente cria, recria e engorda ou engorda, por exemplo;
– Projetar a variação do volume do rebanho ao longo de toda a safra;
– Projetar o volume de forragem a ser produzida para para atender esta demanda;
– Lembrar de extrapolar este planejamento para todas as áreas da fazenda; como um todo, e não só um pedaço específico.

Entender estes pontos torna-se crucial para um planejamento forrageiro completo por conta da necessidade de o produtor saber com muita antecedência se será preciso lançar mão de alternativas para a alimentação. Por exemplo, se é o caso usar a silagem como suplementação da pastagem, é preciso fazer o plantio no início das chuvas para que seja utilizada no inverno.

Adubação, vedação, plantio de cana ou de uma forrageira temperada, por exemplo, serão opções viáveis ao pecuarista somente se ele conhecer bem sua região, sua estrutura e a demanda do rebanho. “E aí você combina a demanda do rebanho que você está projetando para frente com estas alternativas para conseguir alimentar o rebanho durante o ano todo, sem atropelo, sem sufoco”, indicou Patrícia.

A pesquisadora reforçou ainda a importância da escolha adequada da cultivar que vai integrar este planejamento e recomendou o uso do aplicativo Pasto Certo, desenvolvido pela própria Embrapa, para ajudar o produtor na escolha do melhor capim, combinando suas necessidades com as características da espécie.

Veja o episódio da série Embrapa em Ação com a pesquisadora Patrícia Menezes Santos pelo vídeo a seguir: