Principais pragas das pastagens e como combatê-las

Especialista reforça as dicas de controle de pragas em pastagens e alerta para os riscos da monocultura e dos sistemas integrados

Truco para quem nunca teve pragas nas pastagens dentro da porteira! Foi o que exclamou durante o último episódio do quadro Pastagem de A a Z o engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária Wagner Pires.

O especialista listou as três principais pragas que acometem as pastagens, as principais formas de controlar e alguns fatores que podem agravar as infestações nas forrageiras. Veja pelos tópicos abaixo:

1 – Cigarrinhas

Nunca espera seu pasto amarelar para começar a prestar atenção em infestação de cigarrinhas. Se já chegou neste estágio, a forrageira já está condenada. O ideal é estar com alerta ligado sempre para aquelas espuminhas que se forma no pé na base do capim, que começam a eclodir quando começa a temporada das chuvas. Pires recomendou que o controle deve ser feito o quando antes, enquanto os insetos ainda estão em sua fase de ninfa. O produto para o seu controle é aplicado por pulverização e precisa que o capim tenha circulação de seiva para que ele seja metabolizado pela planta e possa eliminar as cigarrinhas quando estas sugarem o seiva da forrageira.

2 – Cupim

O controle do cupim custa relativamente pouco e é fácil de fazer, mas tem um procedimento a ser seguido. Pires disse que numa área com alta infestação é normal que muitos dos cupinzeiros estejam vazios, por isso recomendou que o pecuarista passe um trator com a lâmina rebaixada, quebrando todas as estruturas. Aquelas colônias ainda vivas vão, em até duas semanas, começar a formar uma nova casa. É nesta hora que o produtor, identificando uma nova colônia construindo um cupinzeiro, deve quebrá-lo e jogar um cupinicida à base de fipronil. O produto é granulado e não deve ficar exposto ao sol, por isso o pecuarista pode cobrir o produto com os pedaços do cupinzeiro quebrado. Já o cupim de solo pode ser controlado com cupinicida líquido, que dispensa a cobertura e pode ser pulverizado por cima das colônias.

3 – Lagartas

As lagartas têm cinco fases de desenvolvimento e, tal como as cigarrinhas, devem ser combatidas enquanto ainda são jovens. Afinal, quanto maiores são, mais atacam o capim. Um produtor por pulverização soluciona o problema.

4 – Perigos da monocultura

Entre um dos principais fatores que agravam as infestações de pastagens está a monocultura, ou seja, o cultivo de uma única espécie forrageira para toda a fazenda. Embora não recomenda a mistura de cultivares em um mesmo piquete, Wagner destacou que é essencial plantar duas a três espécies que atendam, cada um, a categorias específicas de animais na fazenda. A monocultura facilita a proliferação de uma praga que ataque determinado capim e, se houver somente ele na fazenda, todas as áreas estarão em risco de morrer. Mas se houver espécies diferentes, variando entre níveis de exigência de fertilidade e resistência a pragas, o produtor ganha margem para lidar com a situação.

5 – Sistemas integrados

Quem deve ter atenção redobrada para o ataque de pragas nas pastagens é o produtor que tem sistemas integrados na fazenda. Isto ocorre porque a agricultura tem pragas diferentes das encontradas nas pastagens normalmente, mas elas podem migrar de culturas e passar a atacar outras áreas.

Veja o quadro Pastagem de A a Z completo pelo vídeo abaixo: