Produtividade é a maior alavanca para a renda do pecuarista

Zootecnista Eduardo Pedroso, diretor executivo de originação da JBS, enfatizou que a busca por mais produção por hectare ao ano é decisiva para o faturamento do produtor

Em sua última edição ao vivo em 2018, o Giro do Boi teve como um dos destaques entrevista com o zootecnista Eduardo Krisztán Pedroso, diretor executivo de originação da JBS Carnes Brasil.

Em uma retrospectiva, Pedroso citou como um dos desafios contínuos para a melhoria da indústria encontrar os mercados mais adequados para cada tipo de mercadoria e ponderou que carne de qualidade é fator preponderante para aumentar o leque de opções na busca por agregação de valor à cadeia produtiva. “O mercado é vaso comunicante. Quanto mais amplitude de opções de comercialização nós tivermos, maior vai ser a capacidade de escoamento competente das diferentes partes do boi e isso ajuda a sustentar a valorização comercial”, explicou.

Já para o produtor, o executivo enfatizou a crescente exigência do mercado pelo profissionalismo da pecuária, o que acaba impondo avanços no modo de gerir a atividade. “O produtor muitas vezes clama por preço, mas na realidade ele precisa de renda, de dinheiro no bolso. E renda é uma combinação de preço, bônus e produtividade, sendo a produtividade das fazendas a maior alavanca da rentabilidade, do faturamento por hectare a ano”, frisou.

Como exemplo deste avanço de gestão, citou a evolução do Protocolo 1953, que origina os cortes da marca homônima destinada ao mercado premium. A organização dos pecuaristas, segundo Pedroso, tem feito a diferença para o aproveitamento de oportunidades oferecidas. “É planejamento comercial. Ao produtor é fazer um contrato futuro, com especificação que garante toda a régua de bonificações, é uma vantagem. Para a indústria, ter um escalonamento futuro destes animais qualificados também é desejável porque você tem o planejamento do chão de fábrica. E para os canais de venda também é importante para que não haja ruptura de fornecimento. Para se ter uma ideia, 91% de todo o abate do Protocolo 1953 no ano de 2018 já foi mediante contratos a termo. Para 2019, a gente projeta 100%. E nós já temos mais de 50% do equivalente do que foi abatido neste ano contratados para o ano que vem. Tem gado programado até dezembro de 2019”, quantificou.

Durante a entrevista, o executivo comentou as ações da indústria voltadas à proximidade com o pecuarista em 2018, como a campanha “Vacina, peão!”; ainda avisou sobre o vencimento do prazo para o Cadastro Ambiental Rural ao fim deste ano e também agradeceu a oportunidade de integrar a campanha O Agro Contra o Câncer, do Hospital de Amor, o antigo Hospital do Câncer de Barretos-SP, que seguirá forte para 2019.

Veja a entrevista na íntegra: