Projeto de tecnologia em pecuária de corte vai até 2028 na Agrishow

Organizado pela APTA e pela Embrapa, a Vitrine Tecnológica Sustentável terá foco no desenvolvimento e transferência de tecnologia e recuperação de áreas degradadas

Um projeto de longa duração para realização de pesquisas e difusão tecnológica foi apresentado durante a 23ª edição da Agrishow. Organizado pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Vitrine Tecnológica Sustentável terá foco no desenvolvimento e transferência de tecnologia em pecuária de corte e recuperação de áreas degradadas, utilizando a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

O projeto prevê a implantação do sistema ILPF em uma área de 44 hectares que ficará dentro da Agrishow até 2028 e deve receber investimento de R$ 3 milhões. A Apta e a Embrapa buscam parcerias com instituições privadas para a execução dos trabalhos.

Lançada em 28 de abril, o objetivo da parceria é gerar, consolidar e promover tecnologias para a produção de bovinos de corte nas fases de recria e terminação em sistemas integrados. A expectativa é que na área sejam apresentadas oportunidades de uso eficiente do solo, considerando a recuperação de áreas degradadas ou em degradação e a renovação de áreas canavieiras. Ela será administrada regionalmente pelo Instituto de Zootecnia (IZ) e pela Embrapa Meio Ambiente.

Os pesquisadores também querem mostrar aos produtores rurais a importância de incluir culturas anuais ou de ciclo longo em áreas exclusivas para pastagem. “A inserção de soja e eucalipto nessas áreas contribui para a produtividade animal e vegetal, melhora das condições do solo e sustentabilidade de sistemas de produção de carne. Com o sistema ILPF o produtor também diversifica sua renda. A Vitrine Tecnológica Sustentável servirá como um modelo que possibilitará o conhecimento do agricultor das novidades da pesquisa para melhorar sua produção”, afirma Renata Helena Branco, pesquisadora e diretora-geral do IZ.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, o lançamento da área um momento histórico. “Estamos muito confiantes com a realização desse projeto, que terá impactos efetivos na produtividade e sustentabilidade ambiental. As parcerias com o setor produtivo são fundamentais para a concretização e temos a pretensão de achar que quem vier para ele, se dará muito bem, pois integraremos os conhecimentos das nossas instituições”, afirmou. Segundo Jardim, uma das diretrizes propostas pelo governador Geraldo Alckmin é aproximar a pesquisa do setor produtivo.

+ Integração lavoura-pecuária é revolução produtiva, afirma Jardim

A expectativa é que sejam avaliados na área sistemas de sucessão de culturas que incluirão soja para a produção de grãos e milho consorciado com capim para produção de silagem, inseridas em áreas de plantio de eucalipto e mogno africano.

Os sistemas de ILPF e integração lavoura-pecuária (ILP) têm como vantagens a melhoria na qualidade da pastagem, o aumento do conforto animal, a conservação do solo e a diversificação da fonte de renda do produtor. O principal benefício é a recuperação de pastagem, essencial para fornecer os nutrientes necessários à alimentação animal e evitar processos de degradação, como a erosão. Estima-se que 4,8 milhões de hectares de pastagens estejam em estágio mediano de degradação e outros 1,5 milhão em estágio avançado em todo o estado de São Paulo.

O IZ iniciou, em 2015, o Programa de Produção Animal em Sistemas Integrados (Propasi) com o objetivo de desenvolver uma pecuária intensiva, com sustentabilidade ambiental e respeito ao bem-estar animal, nas unidades de Nova Odessa e Sertãozinho, interior paulista. O Programa já contempla alguns projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), com o objetivo de avaliar os diversos sistemas existentes, a influência de diferentes tipos de plantios na produção de forragem, bovinos de corte e leite e os impactos no solo e nas emissões de gases de efeito estufa. Também é objeto de estudo avaliar a produção do capim-marandu e o desenvolvimento das árvores de mogno africano em cultivo exclusivo – padrões comerciais – e em sistema ILP.

+ Obtenha mais informações sobre ILPF no site da Embrapa