Qual o melhor jeito de usar o Angus Branco no cruzamento industrial?

Zootecnista Alexandre Zadra fez suas considerações a respeito da raça por solicitação de pecuarista do departamento de Casanare, na Colômbia

“Vendo a sua matéria sobre o Angus Ultrablack a campo (relembre no link a seguir), que teve repercussão por aqui, quero saber a sua opinião a respeito do Angus Branco […] que estamos criando aqui na Colômbia. Já temos criação na Fazenda Aurora, em Mato Grosso. […] Qual a sua opinião sobre a raça? Aqui nós temos um clima parecido com o Brasil”, escreveu em sua mensagem o telespectador Javier Rodriguez, do departamento de Casanare, na Colômbia.

+ Vou ter bom resultado cruzando o Ultrablack com vacas F1 no Maranhão?

+ Ultrablack: nova raça deve potencializar a produção de carne de qualidade

“Em relação Angus Blanco, como você diz, ou Angus Branco, para nós, nós temos que pensar por dois aspectos. O primeiro deles é como monta natural. Sabemos que no Brasil tropical o animal que tem mais que meio-sangue de raças europeias, de climas temperados, […] tanto britânicos com continentais, […] sofrem mais com o nosso clima. A tolerância ao calor é menor e ele tem uma termorregulação pior se ele tem mais que meio-sangue europeu”, contextualizou Zadra.

O zootecnista disse que em sua opinião o melhor aproveitamento do sintético é por monta natural. “O Angus Blanco, ou Angus Branco, […] tem uma melhor capacidade de cobrir a campo do que os animais europeus porque ele tem um pouco de Brahman dentro dele, ou seja, tem uma raça tropical, um zebuíno tropical, e por isso ele tem mais chance de ser um animal que vai cobrir a campo. No entanto, eu recomendo que ele seja utilizado com mais força como touro no Centro-Sul do Brasil, de São Paulo para baixo ou do sul do Paraná para baixo porque ali o clima noturno de verão cai para 24º C, 23º C, o que faz com que o animal vá se alimentar, vá para o pasto nessas horas de mais frio, num clima mais ameno, que é quando ele vai pastar”, justificou.

Mas Zadra explicou por que não considera uma boa alternativa o uso Angus Branco na inseminação. “Agora como sêmen, eu acho que a gente tem outras raças europeias para fazer frente ao cruzamento e ter mais heterose com o nosso gado zebuíno. Essa é minha opinião. […] Eu acredito que a gente pode trabalhar com outros europeus, sem desmerecer o Angus Blanco, que é importante. Todas as raças são muito importantes. Mas eu vejo seu uso como monta natural no Centro-Sul do País”, concluiu.

+ No cruzamento, encontrar touro ideal é mais importante do que escolher raça

+ Sua fazenda está preparada para lucrar com o cruzamento?

Leia também:

+ “O gado que deu sorte”: conheça a nova raça de gado de corte Speckle Park

+ “Ainda vai longe!”: conheça a raça australiana de gado de corte Murray Grey

+ Criador revela origem do Nelore Pintado

Qual é a sua dúvida sobre cruzamento para gado de corte? Envie para o programa no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Pelo vídeo a seguir é possível acompanhar a participação completa de Alexandre Zadra no Giro do Boi desta terça, 27:

Foto enviada pelo telespectador