Sanidade é ponto-chave para fazenda buscar produção diária de 80 mil litros de leite

Para a Fazenda Colorado, localizada em Araras, estado de São Paulo, controle sanitário estratégico do rebanho é uma das chaves para alcançar meta ousada em 2018

Nesta quarta, 21, o Giro do Boi levou ao ar entrevista do repórter Marco Ribeiro feita com Sérgio Soriano, gestor de pecuária da Fazenda Colorado, uma das maiores produtoras de leite do Brasil localizada em Araras-SP. A propriedade, que já atingiu a marca de produção diária de 77 mil litros, tem uma meta ousada para 2018, que é chegar ao patamar dos 80 mil litros de leite ao dia.

Soriano ressaltou que manter o rebanho saudável, livre de doenças que possam prejudicar o desempenho produtivo, é um dos principais fatores para almejar tal volume. “A Fazenda Colorado trabalho de uma maneira muito focada em ter produtos de alta qualidade e valor agregado realmente. Por isso é muito focada na parte sanitária, de cuidado com os animais, desde a fase de criação, amamentação, cuidado com as vacas no período de aleitamento e no período seco também”, reforçou Soriano.

E, segundo o gestor, o pecuarista de leite pode eleger um inimigo número um da sanidade do rebanho: a BVD, ou Diarreia Viral Bovina. “Hoje a BVD é a doença que mais provoca prejuízo na pecuária de leite mundial. Isto porque é uma doença muito sorrateira, muito silenciosa. Isso é um grande problema. Não é igual a tristeza parasitária, que o bezerro tem febre, você medica e ele sara ou morre. A BVD vai entrando na fazenda, se alastrando e quando você percebe ela tomou conta em quase tudo que você tinha”, alertou.

A fazenda, de rebanho fechado e vacinado, conforme explicou o gestor, descobriu após testes que havia uma incidência de 0,7% de animais com o vírus. “E você imagina a sua fazenda, se você nunca controlou, o que pode estar aí é algo muito maior do que 0,7%. Então é algo que realmente precisa ser estudado”, recomendou.

“No caso da Colorado, há três anos nós fizemos a opção de fazer uma rastreabilidade de todos os animais PI (persistentemente infectados, cujo sistema imunológico não é capaz de detectar a presença do vírus no corpo), mandamos amostras para um laboratório no Rio Grande do Sul, fizemos os testes e eliminamos os animais positivos. Isso foi um grande salto porque os animais que estavam convivendo com eles ficaram menos doentes”, complementou.

Como forma de garantir que os índices de produtividade da fazenda continuem a crescer, Soriano enalteceu o esforço contínuo da propriedade em acompanhar a evolução das tecnologias. “O sistema realmente devolveu aquilo que a gente desenhou. Analisamos campanhas de vacinações, programas de vermifugação e todo ano a gente está estudando, ou seja, é uma questão de amor, respeito e dedicação. Tem que evoluir sempre porque uma coisa nova surge todos os dias e nós temos que estar antenados com isso”.

Confira abaixo a entrevista completa de Sérgio Soriano: