Saiba qual é a combinação ideal entre períodos de pastejo e descanso

Para o especialista André Fischer , o produtor ainda peca em alguns quesitos básicos como uma correta preparação do solo, adubação, escolha das sementes e manejo da área já estabelecida.

Nesta terça-feira, 26, o Giro do Boi entrevistou, ao vivo, via skype, direto de Lajes, SC, o engenheiro agrônomo, doutor em ciência animal e pastagem e professor da Universidade Estadual de Santa Catarina – UDESC -, André Fischer Sbrissia. O especialista trouxe um panorama da atual situação das áreas forrageiras no Brasil e apresentou algumas soluções de como o pecuarista deve se proceder para garantir uma boa oferta de pasto para o rebanho. Segundo ele, infelizmente, o produtor ainda peca em alguns quesitos básicos como uma correta preparação do solo, adubação, escolha das sementes e manejo da área já estabelecida. Para Sbrissia, o sucesso ou não de uma pecuária de corte ou leite vai depender de um certo planejamento e de uma atitude assertiva entre os períodos de pastejo e descanso da área. “São inúmeros fatores que influenciam neste aspecto, mas uma coisa é certa, tudo começa com uma boa análise do solo e de estudos prévios de índices pluviométricos de cada região e a escolha correta da espécie forrageira”, disse.

Com essa informação inicial, o próximo passo é decidir pela formação completa da área ou simplesmente de uma reforma. Decisão tomada, no caso de uma formação, é necessário estabelecer o tipo e a quantidade de nutrientes para corrigir o solo e o fertilizante a ser usado antes do plantio e já ter em mente o suporte a ser colocado nas áreas, atentando para a categoria animal e a espécie escolhida do capim. “O mais importante nisso tudo está no respeito à fisiologia da planta, para que ela se perpetue por longos anos”, explicou. “Nesse caso, temos que fazer um manejo respeitando o potencial da forrageira e combinar os períodos de pastejo e descanso da invernada, lembrando que as várias espécies de brachiarias e panicuns são culturas perenes”, acrescentou.

Sbrissia também explicou que o capim oferecido ao rebanho brasileiro é a comida mais barata que existe. É possível produzir uma tonelada de matéria seca, gastando entre 10 e 15% dos custos de uma comida extra como ração, por exemplo. “É por isso que devemos cuidar dos nossos pastos como uma grande riqueza nas nossas fazendas”, disse. Em se tratando de combinações entre pastejos e descansos em sistemas rotacionados, o especialista explicou que vários fatores vão influenciar, mas de uma ele garante: a recomendação é que a “rodada” dos animais deva ocorrer quando a altura do pasto esteja na metade da entrada do gado na área”, afirma. “Nesse caso, é bom que o pecuarista procure artigos nossos em parceria com a Esalq/USP e a Embrapa Gado de Corte. Eles mostram a altura ideal de entrada e saída de cada espécie forrageira. Para isso, vale a famosa régua de medição, uma ferramenta simples e eficiente para que o pecuarista tenha sucesso na sua atividade e mantenha a sua pastagem de boa qualidade e por um bom tempo”, finaliza.  

Régua de manejo desenvolvida pela Embrapa
          Régua de manejo desenvolvida pela Embrapa

 

Confira, abaixo, a entrevista completa do especialista: