Trabalhadores do agro têm responsabilidade maior com a própria saúde

Funcionário de fazendas e indústrias alimentícias devem ter mais cuidado para não levar à empresa consequências como paralisação de atividades

Nesta terça, 31, o médico veterinário e professor aposentado da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, Pedro Eduardo de Felício, falou ao Giro do Boi sobre as responsabilidades individuais dos trabalhadores da agropecuária do Brasil no momento em que acontece a pandemia de coronavírus.

“Existe toda uma preocupação com a economia, sem dúvida, mas os serviços essenciais estão sendo mantidos. Você deve ter visto uma portaria da ministra da Agricultura do dia 26, em que tenta manter todos os serviços essenciais para que a cadeia produtiva não pare, as cadeias, na verdade, porque são vários alimentos e tem a parte vegetal, a parte animal e nada disso pode parar porque não pode faltar comida’, comentou.

Dentro desta missão para que os mercados não fiquem desabastecidos, Felício destacou que o cuidado dos trabalhadores destas indústrias alimentícias deve ser redobrado a fim de evitar infecção com a Covid-19. “Os funcionários não podem se contaminar de jeito nenhum, ele não pode. A gente pode até acrescentar uma recomendação, que eles não devem, os empregados da empresa, os operários, os funcionários de um modo geral, gerência, não podem nem receber os amigos para fazer um churrasquinho, não pode receber visita”, recomendou.

Segundo Felício, o compromisso deste profissionais está firmado não só com o Brasil, mas com o mundo inteiro e populações que dependem deste alimento para sobreviver. O recado do professor aposentado pela Unicamp foi reforçado com um alerta, de que recentemente uma indústria no Canadá teve que suspender suas atividades porque de cerca de mil funcionários, nove testaram positivo para Covid-19, impactando toda a produção de alimentos da fábrica de das populações abastecidas por ela.

Felício reconheceu também a importância dos funcionários dos serviços de inspeção no Brasil, cujo trabalho é justamente garantir a segurança dos alimentos produzidos. “Esse serviço é fundamental e você tem que investir nele porque é nessas horas de crise que você vê a importância”, valorizou.

Em sua entrevista, Felício pediu ainda a colaboração do empresariado de forma geral para que as comunidades recebam a ajuda necessária neste momento de crise por conta da pandemia e isolamento social ou quarentena, quando as pessoas estão impossibilitadas de trabalhar para comprar alimentos e outros produtos de primeira necessidade.

Veja a entrevista completa com Pedro Eduardo de Felício no vídeo abaixo:

 

Foto ilustrativa.