Vai ter estiagem na região de Colniza-MT neste 2º trimestre de 2021?

Telespectador quer saber se informações que obteve sobre a estiagem são confiáveis; veja ainda previsão do tempo para os próximos dias em todo o Brasil

Nesta sexta-feira, 12, o meteorologista e doutor em ciência ambiental pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, esclareceu uma dúvida de um telespectador da região de Colniza, no estado de Mato Grosso.

Juarez Trevisan, que está localizado na região de tríplice divisa entre os estados de Rondônia, Pará e extremo-noroeste de Mato Grosso, perguntou se é verdade a previsão de estiagem para lá no segundo trimestre de 2021.

“As previsões para março, por exemplo, sinalizam que há uma tendência de chuva acima do normal na região centro-sul do estado e leste. Somente ali na região de Colniza, que fica nessa tríplice divisa entre Rondônia, Mato Grosso e sul do Pará é que tem uma tendência de chuva baixa. Então para março, essa previsão de estiagem é verdadeira, tem uma diminuição das chuvas. Mas a partir daí, entre abril, maio e junho, as chuvas vão ocorrer em caráter irregular, mas não há uma tendência de diminuição drástica. As chuvas devem ficar com um comportamento mais ou menos dentro do padrão. Em abril, por exemplo, as chuvas ficam um pouco até acima do normal na região mais central e norte daquela região”, confirmou Schneider.

O especialista apontou ainda as previsões para os próximos para todo o país. “A tendência do tempo para os próximos dias sinaliza de sexta até domingo o retorno da umidade para esta parte do Centro e Sudeste do Brasil. […] Essas áreas do Centro e Norte do País, principalmente essa região sul do Pará, toda região da Amazônia e também pegando parte da região do Matopiba, entre o Maranhão, Tocantins, próximo também à região do Ceará, o leste do Pará, todas essas regiões vão ter pancadas de chuva. E a boa notícia é que essas regiões, essas áreas mais centrais e norte, principalmente entre Tocantins, Pará e Amazonas, vão ter na semana seguinte também pancadas de chuva”, anunciou.

“Quanto à chuva nesses próximos dias, a gente observa que na sexta-feira, como a gente vem dizendo, tem esse canal de umidade da região Centro-Norte e parte do Sudeste. No sábado também se intensificam as chuvas. Pode voltar a ter chuva forte para o pessoal do Triângulo Mineiro. [..] E aí, de um dia para o outro, de domingo até para segunda-feira, essas chuvas ficam mais frequentes no Centro-Norte e parte do Nordeste do País”, detalhou. “A projeção para o dia 16, terça-feira que vem, é de bastante chuva, volumes diários acima dos 50 até 100 mm em algumas regiões entre Piauí, Maranhão, Pará, Tocantins. Então para a região bem próxima do Matopiba, […] tem bastante chuva. Também aqui para Mato Grosso e norte de Mato Grosso do Sul”, especificou o meteorologista.

“No Sul do Brasil, como a gente vai observar, essa é a tendência de umidade para terça e quarta-feira, principalmente para o centro-leste do estado gaúcho, onde ainda vão ocorrer algumas pancadas de chuva”, acrescentou. “Tem algum potencial de tempestade para essa sexta-feira. Mas a tendência de semana para semana é começar a diminuir os eventos de chuva mais significativos também para o Rio Grande do Sul”, completou.

“Na sexta-feira tem alguma condição de granizo entre Santa Catarina e Paraná e essa região tradicional do sul de Minas. São chuvas de final de tarde. Está se formando uma área de baixa pressão, que traz os ventos úmidos de norte e os ventos mais amenos de sul, então a convergência desses ventos provoca pancadas de chuva mais intensas”, explicou.

“A gente observa que lá para a outra semana, do dia 16 e 17, a umidade fica concentrada mais no Centro e Norte do País, e aí sim voltam as chuvas mais significativas para a região da Amazônia”, observou Schneider.

O coordenador regional do Inmet atendeu ainda dúvida de outro telespectador, Lucas Dias, de Araçatuba, noroeste de SP, que perguntou se está correta sua impressão de que o interior do estado teve temperaturas mais amenas nas últimas semanas na comparação com o mesmo período do ano passado.

“Na verdade, Araçatuba teve, sim, uma redução na temperatura em função das chuvas. A gente observa que no extremo oeste e noroeste de São Paulo, as temperaturas ficaram de normal a um pouquinho abaixo da média. Só que, em contrapartida, essas áreas em amarelo significam todas as regiões que tiveram menos precipitação e tiveram, sim, temperaturas mais elevadas. Então de certa forma é verdade a percepção dele, só que foi mais localizada nessa área oeste de São Paulo rumo para o Mato Grosso do Sul”, explicou.

Confira no vídeo a seguir a previsão completo do tempo que foi ao ar nesta sexta, 12:

Foto ilustrativa: Rodrigo Arroyo Garcia / Reprodução Embrapa