Conheça os dois maiores inimigos do lucro de uma fazenda de gado de corte

Consultor analisa levantamento de dados de mais de 280 fazendas para eleger os dois fatores que mais atrapalham as fazendas a fechar as contas no azul

No quadro G-Tec exibido pelo Giro do Boi nesta quarta, 10, o zootecnista, consultor e diretor do Inttegra, o Instituto Terra de Métricas Agropecuária, Antônio Chaker, revelou aos pecuaristas quais são os dois maiores inimigos do lucro de sua fazenda.

“Ao longo desses anos medindo diferentes fazendas em diversas regiões, a gente buscou o que de fato interfere no lucro, afinal pecuária é sempre multifatorial. Eu tenho raça, chuva, solo, estilos e processos nutricionais, ou seja, a quantidade de decisões que eu tomo em uma fazenda é muito grande. Mas dentre tudo que existe em uma fazenda, quem realmente impede com que a fazenda tenha lucro? E foi interessante que duas coisas apareceram pra nós estudando estas fazendas”, disse o consultor.

1 – Custo fixo alto: custo fixo é quanto o produtor gasto com mão de obra, manutenção, administração e imposto por cabeça ao mês. Segundo Chaker, em resumo, o custo fixo é aquele que se o pecuarista aumentar ou diminuir o seu rebanho não vai aumentar nem diminuir seu custo. “As fazendas que perderam dinheiro, que tiveram prejuízo, tinham um custo fixo na casa de 28 reais por cabeça ao mês, enquanto  as top rentáveis todas têm um custo fixo menor que 17 reais”, apontou Chaker, usando números apurados no último estudo de benchmarking realizado em parceria entre o Inttegra.

2 – Baixa produção de arrobas por hectare: fazendas que tiveram prejuízo de um total de 280 fazendas produziram até seis arrobas por hectare ao ano. Já as fazendas mais lucrativas  produziram de nove a 11 arrobas por hectare ao ano em 2017.

“Ou seja, se eu concentrar toda a minha energia pra reduzir custo fixo e aumentar produção de arrobas por hectare as coisas vão caminhar. Alguém pode até pergunta: mas como eu vou gastar menos e produzir mais? Porque você vai gastar menos com custo fixo, não o custo variável, que tem ligação com pastagem, nutrição, é o que tem a ver com produtividade”, concluiu.

Veja o vídeo na íntegra abaixo: