Experimento da Embrapa afirma que pecuária intensiva não prejudica desempenho da lavoura na integração

Teste foi feito em área com lotação média de 10 UA/ha ao longo de dois anos; conclusão é de que não há interferência na fertilidade do solo que prejudique a produção de grãos

Nesta quinta, 14, o Giro do Boi exibiu mais um episódio da série especial de reportagens gravadas na sede da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop-MT. Desta vez, em conversa com o pesquisador da unidade Ciro Magalhães, engenheiro agrícola, mestre e doutor em ciência do solo pela Universidade Federal de Lavras, o assunto foi a influência dos componentes pecuária e floresta sobre a lavoura no sistema integrado.

Magalhães detalhou um experimento no sistema integração lavoura-pecuária-floresta com linhas de eucalipto separadas por 30 metros. Nesta configuração, as árvores começaram a prejudicar a produtividade da soja a partir do quarto ano e do milho, este menos tolerante à sombra, já a partir do terceiro ano de cultivo. Com ajustes no manejo, como desrama e desbaste, foi possível aumentar a entrada de luz e diminuir a concorrência por água e nutrientes, trazendo para níveis regulares a produtividade da soja e recuperando em parte a produtividade do milho.

Outro objetivo das análises foi também entender se a pecuária intensiva, com lotação média de 10 UA/ha ao longo de dois anos, seria suficiente para reduzir a fertilidade do solo e prejudicar a lavoura plantada na sequência, o que não ocorreu. “Dois anos de pecuária com alta intensidade não afetaram a produção de grãos na sequência”, confirmou o pesquisador.

Veja na entrevista abaixo os detalhes do experimento: